A Reserva Federal norte-americana (Fed) anuncia esta quarta-feira mais uma decisão sobre as taxas de juro do país, após o recente colapso de bancos nos EUA.
Reserva norte-americana pode baixar taxas de juro
"A situação é séria e a forma como as autoridades dos EUA reagiram, ao garantir os depósitos e a facilitar linhas de crédito para evitar o contágio, mostra que o caso é para levar a sério pois pretende evitar-se o alargamento da crise", sustenta Filipe Garcia, da IMF - Informação de Mercados Financeiros à Lusa.
Os analistas sublinham que a subida das taxas de juro nos EUA contribuiu para o colapso dos dois bancos norte-americanos.
"É importante notar que a subida dos juros nos EUA contribuiu para a atual situação, pelo que poderá fazer com que os decisores de política monetária nos EUA comecem a ponderar abrandar ou até mesmo parar a subida dos juros, sendo que as atuais circunstâncias poderão também fazer com que o Banco Central Europeu (BCE) pondere e esteja atento a eventuais riscos na banca devido à subida abrupta dos juros ao longo dos últimos meses", afirma Henrique Tomé, analista da XTB.
Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, refere que "os investidores antecipam agora uma desaceleração do ritmo de aumento das taxas de juro, sobretudo do banco central dos EUA, acrescentando que "este abrandamento poderá mitigar as atuais dificuldades nos pequenos bancos, em grande parte impulsionadas pela subida dos juros para travar a inflação mais elevada das últimas décadas".
Antes, em 7 de março, o presidente do banco central norte-americano advertia que a principal taxa de juro da Fed podia continuar a subir e ultrapassar 5,1%, o nível que os responsáveis da instituição consideravam até agora o limite. Depois de várias subidas mais fortes das taxas de juro, a Fed abrandou o ritmo nos últimos meses e da reunião mais recente, no início de fevereiro, saiu um aumento de 25 pontos base.