Restrições aplicadas aos hotéis são "profundamente desastrosas" - AHP

por Lusa

O presidente da AHP - Associação da Hotelaria de Portugal, Raul Martins, considera que as restrições aplicadas ao setor no âmbito do novo confinamento são "profundamente desastrosas", segundo um comunicado, hoje divulgado.

"Num momento em que 80% a 90% das unidades hoteleiras estão encerradas, em que as poucas unidades que estão abertas se encontram a fazer um verdadeiro serviço público, visto que só as pessoas que por motivos profissionais ou outros similares é que se podem deslocar para os hotéis, a AHP considera incompreensível que os hotéis não possam prestar serviço de refeições aos hóspedes, como até aqui", lê-se na mesma nota.

Além disso, realça a AHP, a maioria das equipas da hotelaria já se encontra em `lay-off`, "havendo redução substancial dos trabalhadores, pelo que não há sequer capacidade para prestar o serviço em `room service`, como é agora indicado pela lei".

Citado na mesma nota, Raul Martins defende que "estas medidas são desnecessárias em termos sanitários e profundamente desastrosas", considerando "lamentável" que o setor não tenha sido consultado previamente.

"Se o tivéssemos sido teríamos esclarecido que a maioria dos hotéis não têm `room service`", afirma, garantindo que a AHP poderia "ter informado o Governo que a pouca ocupação da hotelaria é com pessoas que estão em teletrabalho ou por razões de índole profissional".

Raul Martins diz ainda que esta atuação "revela desconhecimento por parte do Governo de que a lei hoteleira impõe a todas as categorias de hotéis, de 1 a 5 estrelas, a prestação obrigatoriamente de serviço de pequeno-almoço aos hóspedes", referindo ainda que "os poucos empregados de mesa que ainda estão a trabalhar não são trabalhadores que fazem `room service`".

"É lamentável porque nem sequer nos deram tempo de prevenir os clientes e de escoar os produtos alimentares adquiridos para a prestação do serviço de refeições", aponta, indicando que "é lamentável que, vistas estas severas limitações, e mais ainda o encerramento de todos os equipamentos e serviços, o Governo não tenha pura e simplesmente determinado o encerramento dos hotéis permitindo-lhes aceder ao regime de `lay-off` simplificado como as demais atividades económicas cujo encerramento foi determinado".

O dirigente da AHP diz ao Governo que "se estas medidas não forem corrigidas de imediato são necessárias compensações a fundo perdido, o reforço e alargamento dos apoios financeiros às empresas e uma via verde para o acesso às medidas de `lay-off` simplificado".

Tópicos
pub