Revisores em greve. "Não foi ultrapassada a desigualdade salarial"

por RTP

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, estrutura que promove a greve de 24 horas dos revisores da CP, a decorrer esta quarta-feira, queixa-se de discriminação. Entrevistado no Bom Dia Portugal, o dirigente sindical Luís Bravo assinalou que "o aumento complementar dos salários estipulados pelo Governo para a Função Pública e sector empresarial do Estado foi equitativo para todos os trabalhadores". Por contraste, "na CP isso não aconteceu".

"A administração da CP, por necessidade de fechar um acordo com outra organização sindical, absorveu parte das verbas que estavam destinadas aos restantes trabalhadores e, neste momento, está a condicionar a aplicação do aumento intercalar", denunciou o sindicalista, para acrescentar que o dinheiro "foi para os maquinistas".

"O SFRCI é o sindicato com maior amplitude dentro da empresa. Os trabalhadores afetados, os revisores, os trabalhadores das bilheteiras, as chefias diretas, as pessoas que, no fundo, põem os comboios a circular, à exceção dos senhores maquinistas, são representados por nós e são esses os mais afetados. Nesse sentido, não foi ultrapassada esta desigualdade salarial que a empresa está a aplicar", insistiu.

Questionado sobre as atualizações salariais propostas pela empresa, Luís Bravo assinalou que "o aumento no salário de base é de 12,50 euros". A aplicação dos demais prémios "não é diária".

"É a estes trabalhadores, aos revisores, que a empresa está a colocar postos de trabalho em causa, por via da redução de regras de segurança na circulação de comboios", acentuou o dirigente sindical, apontado riscos da ausência de "um agente de acompanhamento" nas composições, além do maquinista.
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