A economia russa está à beira de entrar em recessão e as decisões de política monetária vão agora determinar se tal acontece ou não, alertou o ministro da Economia, Maxim Reshetnikov, no fórum económico anual que está a decorrer em São Petersburgo.
Reshetnikov transmitiu a mensagem pessimista no fórum económico anual da Rússia, na cidade de São Petersburgo, no norte do país, um evento por vezes chamado “o Davos russo”, que se destina a promover o investimento na economia russa.
Maxim Reshetnikov acrescentou, na quinta-feira, que a sua opinião se baseava no “atual sentimento empresarial e nos indicadores” que apontam para um abrandamento. “Tudo o resto depende das nossas decisões”, sublinhou o governante que deixou um apelo ao banco central para que mostre “um pouco de amor pela economia”.
“De acordo com os números, há um arrefecimento, mas todos os nossos números estão no espelho retrovisor. A julgar pela forma como as empresas se sentem atualmente e pelos indicadores, parece-me que já estamos à beira de uma recessão. No limiar”, esclareceu Reshetnikov.
Reshetnikov considerou que uma recessão não era inevitável, embora tenha dito mais tarde aos jornalistas que evitar uma recessão dependeria de decisões políticas, sobretudo das taxas de juro.
"Eu não previ uma recessão. A partir daqui tudo dependerá das nossas decisões", frisou.
Para além de manter a meta de quatro por cento de inflação na Rússia, Reshetnikov disse ser a favor de “dar algum amor à economia”, dirigindo-se à governadora do Banco Central, Elvira Nabiullina, que estava no mesmo painel.Vladimir Putin instou o Banco Central a apoiar a economia no que se refere à política monetária, uma vez que o Kremlin afirmou que a atual taxa de juro chave - de 20 por cento - estava a travar a economia, apesar de se tratar de uma decisão consciente.
Em março, Vladimir Putin instou os seus funcionários económicos a não congelarem a economia russa como se estivesse numa “câmara de crioterapia”, com elevados custos de empréstimos, e Reshetnikov já tinha alertado para os riscos de “hipotermia”.
Na sessão de quinta-feira, a governadora do Banco Central, Elvira Nabiullina, disse que o atual abrandamento do crescimento do PIB era “uma saída para o sobreaquecimento”.
Já o ministro das Finanças, Anton Siluanov, disse que estava a arrefecer na Rússia, mas que “ao verão segue-se sempre a uma vaga de frio”.
Alexander Vedyakhin, primeiro vice-presidente do Conselho de Administração do maior banco russo, o Sberbank, afirmou numa entrevista à Reuters esta semana que a política monetária restritiva estava a criar riscos de arrefecimento excessivo e disse que eram necessárias taxas de juro muito mais baixas, entre 12 e 14 por cento, para reiniciar o crédito ao investimento.
O Centro de Análise Macroeconómica e Previsões a Curto Prazo, um grupo de reflexão económica próximo do governo, afirmou esta semana que a maioria dos sectores civis está em recessão e que não há sinais de que o crescimento económico possa ser relançado.
Pressão crescente sobre a economia
A economia, que sofreu uma série de sanções depois de o Kremlin ter enviado tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022, superou até agora as previsões.
As elevadas despesas com a defesa impulsionaram o crescimento e mantiveram o desemprego baixo, apesar de alimentarem a inflação.
Ao mesmo tempo, os salários subiram para acompanhar a inflação, deixando muitos trabalhadores em melhor situação, refere a Associated Press.
Os grandes bónus de recrutamento militar e os subsídios por morte para as vítimas na Ucrânia também aumentaram o rendimento das regiões mais pobres do país.
Mas, a longo prazo, a inflação e a falta de investimentos estrangeiros continuam a ser ameaças para a economia, deixando um ponto de interrogação sobre quanto tempo a economia militarizada pode continuar a funcionar.
O Banco Central russo aumentou as taxas de juro para uns impressionantes 21 por cento em outubro de 2024 para combater a inflação e manteve-as nesse nível até este mês, altura em que as reduziu para 20 por cento.A Rússia cortou este mês as taxas de juro pela primeira vez desde 2022, mas os custos dos empréstimos continuam perto de níveis recorde e há meses que as empresas se queixam de que as taxas elevadas estão a sufocar o investimento.
O Banco Central manteve as taxas elevadas para conter a inflação na economia sobreaquecida, que está centrada nas necessidades dos militares que combatem na Ucrânia.
O crescimento económico da Rússia abrandou para 1,4 por cento em termos anuais no primeiro trimestre de 2025, o valor trimestral mais baixo dos últimos dois anos.
Os preços estão a aumentar impulsionados pelas enormes despesas públicas com a guerra e pela escassez generalizada de mão de obra.
Há mais de um ano que a inflação anual é superior ao dobro do objetivo de quatro por cento do Banco Central.
Maxim Reshetnikov acrescentou, na quinta-feira, que a sua opinião se baseava no “atual sentimento empresarial e nos indicadores” que apontam para um abrandamento. “Tudo o resto depende das nossas decisões”, sublinhou o governante que deixou um apelo ao banco central para que mostre “um pouco de amor pela economia”.
“De acordo com os números, há um arrefecimento, mas todos os nossos números estão no espelho retrovisor. A julgar pela forma como as empresas se sentem atualmente e pelos indicadores, parece-me que já estamos à beira de uma recessão. No limiar”, esclareceu Reshetnikov.
Reshetnikov considerou que uma recessão não era inevitável, embora tenha dito mais tarde aos jornalistas que evitar uma recessão dependeria de decisões políticas, sobretudo das taxas de juro.
"Eu não previ uma recessão. A partir daqui tudo dependerá das nossas decisões", frisou.
Para além de manter a meta de quatro por cento de inflação na Rússia, Reshetnikov disse ser a favor de “dar algum amor à economia”, dirigindo-se à governadora do Banco Central, Elvira Nabiullina, que estava no mesmo painel.Vladimir Putin instou o Banco Central a apoiar a economia no que se refere à política monetária, uma vez que o Kremlin afirmou que a atual taxa de juro chave - de 20 por cento - estava a travar a economia, apesar de se tratar de uma decisão consciente.
Em março, Vladimir Putin instou os seus funcionários económicos a não congelarem a economia russa como se estivesse numa “câmara de crioterapia”, com elevados custos de empréstimos, e Reshetnikov já tinha alertado para os riscos de “hipotermia”.
Na sessão de quinta-feira, a governadora do Banco Central, Elvira Nabiullina, disse que o atual abrandamento do crescimento do PIB era “uma saída para o sobreaquecimento”.
Já o ministro das Finanças, Anton Siluanov, disse que estava a arrefecer na Rússia, mas que “ao verão segue-se sempre a uma vaga de frio”.
Alexander Vedyakhin, primeiro vice-presidente do Conselho de Administração do maior banco russo, o Sberbank, afirmou numa entrevista à Reuters esta semana que a política monetária restritiva estava a criar riscos de arrefecimento excessivo e disse que eram necessárias taxas de juro muito mais baixas, entre 12 e 14 por cento, para reiniciar o crédito ao investimento.
O Centro de Análise Macroeconómica e Previsões a Curto Prazo, um grupo de reflexão económica próximo do governo, afirmou esta semana que a maioria dos sectores civis está em recessão e que não há sinais de que o crescimento económico possa ser relançado.
Pressão crescente sobre a economia
A economia, que sofreu uma série de sanções depois de o Kremlin ter enviado tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022, superou até agora as previsões.
As elevadas despesas com a defesa impulsionaram o crescimento e mantiveram o desemprego baixo, apesar de alimentarem a inflação.
Ao mesmo tempo, os salários subiram para acompanhar a inflação, deixando muitos trabalhadores em melhor situação, refere a Associated Press.
Os grandes bónus de recrutamento militar e os subsídios por morte para as vítimas na Ucrânia também aumentaram o rendimento das regiões mais pobres do país.
Mas, a longo prazo, a inflação e a falta de investimentos estrangeiros continuam a ser ameaças para a economia, deixando um ponto de interrogação sobre quanto tempo a economia militarizada pode continuar a funcionar.
Os economistas avisaram para a pressão crescente sobre a economia e para a probabilidade de esta estagnar devido à falta de investimento noutros setores que não o militar.
Pressão crescente sobre a economiaO Banco Central russo aumentou as taxas de juro para uns impressionantes 21 por cento em outubro de 2024 para combater a inflação e manteve-as nesse nível até este mês, altura em que as reduziu para 20 por cento.A Rússia cortou este mês as taxas de juro pela primeira vez desde 2022, mas os custos dos empréstimos continuam perto de níveis recorde e há meses que as empresas se queixam de que as taxas elevadas estão a sufocar o investimento.
O Banco Central manteve as taxas elevadas para conter a inflação na economia sobreaquecida, que está centrada nas necessidades dos militares que combatem na Ucrânia.
O crescimento económico da Rússia abrandou para 1,4 por cento em termos anuais no primeiro trimestre de 2025, o valor trimestral mais baixo dos últimos dois anos.
Os preços estão a aumentar impulsionados pelas enormes despesas públicas com a guerra e pela escassez generalizada de mão de obra.
Há mais de um ano que a inflação anual é superior ao dobro do objetivo de quatro por cento do Banco Central.
Desde o início da guerra, os economistas têm vindo a alertar para o facto de qualquer crescimento da Rússia impulsionado pela indústria da defesa ser insustentável e não refletir um aumento real da produtividade.
c/ agências
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