Rutte saúda resposta "rápida e decisiva" da NATO a incursão de caças russos na Estónia

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, saudou hoje a resposta "rápida e decisiva" da Aliança Atlântica à incursão de aviões de combate russos nos céus da Estónia.

Lusa /

"A resposta da NATO (...) foi rápida e decisiva", disse Rutte no X, após ter falado com o primeiro-ministro da Estónia, Michal Kristen.

 A Estónia anunciou hoje que vai solicitar à NATO a ativação do artigo 4.º do Tratado do Atlântico, que prevê consultas entre aliados em caso de ameaça, após a violação do seu espaço aéreo pelos caças russos.

A NATO não tinha respondido a este pedido até ao início da noite, segundo a AFP. 

Um diplomata da Aliança disse à AFP não saber quando poderá ter lugar em Bruxelas esta reunião de representantes dos 32 países da Aliança, incluindo Portugal.

O Governo da Estónia denunciou hoje a entrada de três caças russos no espaço aéreo do país, onde alegadamente permaneceram, sem permissão, 12 minutos, e convocou o representante de Moscovo (encarregado de negócios) para protestar perante tal incidente.

"Tal violação é completamente inaceitável. O Governo estónio decidiu solicitar consultas nos termos do artigo 4.º da NATO", escreveu Kristen Michal numa mensagem na rede social X.

De acordo com um responsável da NATO, que falou sob anonimato e citado pelas agências internacionais, F-35 italianos, aviões de combate fabricados nos Estados Unidos que participavam numa missão de vigilância do Báltico, intervieram para intercetar os caças russos.

Rutte referiu nas redes sociais que os três caças russos MiG-31 foram intercetados no âmbito da nova iniciativa militar "Sentinela Oriental", lançada na semana passada para reforçar a defesa do flanco leste da NATO.

O Quartel-General Supremo das Potências Aliadas da NATO na Europa (SHAPE) referiu que, além dos caças F-35 da Força Aérea Italiana atualmente posicionados na Base Aérea de Ämari, responderam ao incidente aeronaves de reação rápida da Suécia e da Finlândia.

O incidente de hoje na Estónia é o terceiro nas últimas duas semanas, depois da invasão do espaço aéreo da Polónia por 19 `drones` (aeronaves pilotadas remotamente) russos, que desencadeou uma intervenção da Força Aérea polaca.

Esta foi a primeira vez que a NATO teve de abater veículos aéreos não tripulados em território aliado.

Na ocasião, a Polónia também invocou o artigo 4.º da NATO.  

Seis dias depois, `drones` russos entraram no espaço aéreo romeno, no terceiro incidente do género envolvendo meios aéreos russos. 

Horas depois do incidente de hoje, a Guarda de Fronteiras da Polónia informou que dois caças russos sobrevoaram "a baixa altitude" a plataforma petrolífera Petrobaltic, no Mar Báltico, violando a zona de segurança da infraestrutura.

"As Forças Armadas polacas e outros serviços foram notificados", acrescentaram as autoridades polacas.

Varsóvia sublinhou que os serviços de segurança monitorizam permanentemente a situação da infraestrutura marítima crítica, incluindo fora das águas territoriais polacas. 

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