Saída de Moçambique da lista cinzenta abre "nova página" para investimentos - PR

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse hoje que a saída do país da "lista cinzenta" internacional de branqueamento de capitais vai abrir uma "nova página" para atração de investimentos, permitindo "resgatar" a confiança dos mercados financeiros internacionais.

Lusa /

 "É um marco histórico, porque, como sabem, um país, quando está na lista cinzenta, perde confiança ao nível dos mercados financeiros internacionais, também perde confiança em relação aos investidores internacionais", disse Daniel Chapo, durante o balanço da sua visita à Zâmbia.

Na ocasião, o Chefe de Estado deu os parabéns o povo moçambicano e a todos que trabalham de forma "incansável e com visitas constantes para avaliarem o nível de implementação das recomendações que a equipa ia deixando".

"Estamos a falar de praticamente três anos de luta e hoje Moçambique sai da lista cinzenta e isso vai trazer grandes vantagens para o nosso país, para o desenvolvimento económico, social, todos nós pretendemos e hoje almejamos", afirmou.

Para o Presidente moçambicano, esta saída vai trazer "grandes vantagens" para o país, permitindo resgatar a confiança dos mercados financeiros internacionais, dos investidores internacionais, voltar a colocar o país na rota do desenvolvimento económico, social, político, além de criar melhores condições de vida para o povo moçambicano.

"Como sabem, no dia 15 de janeiro de 2025, durante a tomada de posse, deixamos de forma muito clara que a nossa missão, ao longo dos próximos anos, é lançar os recursos para a nossa independência económica e não seria possível lançar eficazmente estes alicerces para a nossa independência económica sem que Moçambique saísse da lista cinzenta", frisou.

Chapo afirmou ainda que a saída do país da lista é "uma das melhores notícias do ano", porque abre uma nova página para atração de mais investimentos no país.

"Por isso, mais uma vez, parabéns Moçambique, parabéns a todos envolvidos neste processo da retirada de Moçambique da lista cinzenta e muitos parabéns ao povo moçambicano a quem dedicamos esta vitória", acrescentou.

Carla Loveira, ministra das Finanças de Moçambique, disse, em Paris, onde, às 09:30 (08:30 em Lisboa), a plenária do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) proclamou a saída de Moçambique da "lista cinzenta" internacional de branqueamento de capitais, que a decisão da uma nova imagem ao país no setor financeiro nacional e internacional.

"Mostrando que o nosso sistemas financeiro é resiliente, é seguro para trabalhar e que nós podemos nos engajar nas operações financeiras", avançou.

Segundo a governante, o país tem agora o "grande desafio" de assegurar sustentabilidade pós-saída da lista cinzenta, através de um plano de coordenação interinstitucional: "no sentido de mostrar que o plano de ação que o nosso país celebrou e cumpriu na integra até este momento, não é apenas um plano para a saída da lista cinzenta mas para a manutenção de todas as ações para o combate ao branqueamento de capitais".

"Esta deve passar a ser uma postura da nossa governação", assinalou.

Moçambique integrava desde 2022 a "lista cinzenta" internacional de branqueamento de capitais do GAFI, mas o Governo anunciou em meados deste ano que já cumpria todas as recomendações para a sua retirada e que o objetivo era assegurar, após a retirada, a manutenção desse estatuto em próximas avaliações.

"No quadro dos esforços para a remoção de Moçambique da lista cinzenta, Moçambique já cumpriu com as 26 ações do plano do GAFI, o que levou esta instituição a reconhecer a capacidade das nossas instituições em prevenir e combater crimes de branqueamento de capitais e de financiamento de terrorismo", disse em 16 de junho último a ministra das Finanças, Carla Loveira, que está hoje em Paris a acompanhar a plenária do GAFI.

Moçambique recebeu em setembro uma visita de elementos do GAFI, etapa então descrita como essencial para o processo de remoção de Moçambique da "lista cinzenta".

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