Santos Pereira prevê taxas de juro estáveis na Europa durante algum tempo
Álvaro Santos Pereira disse hoje que não terá uma atitude de "pomba" no BCE, assumindo-se adepto de uma política monetária mais restritiva, e considerou que as taxas de juro na Europa "vão-se manter durante algum tempo estáveis".
Questionado sobre o seu posicionamento entre os governadores da zona euro, Santos Pereira assegurou que não é uma "pomba", ou seja, favorável a uma política monetária menos restritiva, "de certeza absoluta".
"Na política monetária, como na política fiscal, é importante haver disciplina para termos margem, algumas almofadas para podermos atuar", defendeu.
Já sobre o ciclo das taxas de juro, o futuro governador apontou que "neste momento, existe divergência a nível de taxas" nas várias regiões, sendo que por exemplo "países como o Japão, provavelmente vão continuar a aumentar embora de forma prudente".
Em outras regiões "é bem possível que as taxas se mantenham constantes durante algum tempo", notou, sendo que "tudo vai depender dos dados".
Na Europa, considerou que as taxas "vão-se manter durante algum tempo estáveis, mas tudo depende se a economia melhora e se há necessidade de atuar".
Já no que diz respeito à sua atitude no Banco de Portugal (BdP), Santos Pereira reiterou que "a independência do BdP será mantida a todo o custo, independentemente de quem esteja no Governo".
"Serei ferozmente independente", reforçou Santos Pereira, antigo ministro da Economia e do Emprego do Governo de Pedro Passos Coelho, que foi questionado nesta Comissão sobre se é militante de algum partido.
Álvaro Santos Pereira está hoje a ser ouvido no parlamento, passo obrigatório para tomar posse como governador do BdP, onde liderará a supervisão bancária e intervirá no Banco Central Europeu (BCE) em decisões como taxas de juro.
O Governo anunciou em 24 de julho que seria o economista Álvaro Santos Pereira, economista-chefe da OCDE -Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e que foi ministro da Economia de 2011 a 2013, no Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho, o próximo governador do Banco de Portugal (BdP), não renovando o mandato de Mário Centeno.