Sonaecom quer acabar com dúvidas sobre a OPA
A proposta de remuneração apresentada pela Sonaecom tem por objectivo acabar com as dúvidas dos accionistas da PT que dizem que há mais sinergias no negócio ou que são investidores de longo prazo, disse à Lusa um administrador da operadora.
A Sonaecom propôs terça-feira à noite um plano de distribuição de 5,7 mil milhões de euros em dividendos, até 2010, aos accionistas da Portugal Telecom (PT) que se mantenham na empresa depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada sobre a operadora ter sucesso.
Em comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonaecom explica que a distribuição de dividendos tem como objectivos definidos 1,8 mil milhões de euros já este ano, 2,1 mil milhões de euros no próximo ano, 700 milhões de euros em 2009 e, finalmente, 1.000 milhões de euros em 2010.
Em declarações à agência Lusa, o administrador da Sonaecom Luís Reis explicou que esta proposta serve para dissipar as dúvidas dos accionistas da PT que consideram que há mais sinergias na operação ou que são investidores de longo prazo.
"Aos accionistas que não querem vender porque pensam que há mais sinergias na operação, nós propomos que fiquem na empresa e as partilhem", afirmou Luís Reis.
"Tivemos conversas com outros accionistas que nos disseram que não queriam vender porque são investidores de longo prazo, que privilegiam o fluxo de dividendos e que, assim, também podem continuar na empresa, viabilizando a operação", acrescentou.
O próximo passo decisivo na OPA será a realização, a 2 de Março, da assembleia-geral da PT, em que os accionistas serão chamados a votar a desblindagem dos estatutos da empresa.
Esta é uma das condições de sucesso da OPA e, a concretizar- se, permitirá à empresa oferente exercer mais de 10 por cento dos direitos de voto na PT, ou seja, controlar efectivamente a gestão da operadora, no caso de se ver cumprida outra condição de sucesso, que é a aquisição de 50 por cento mais uma acção do capital da PT.
Em declarações à Lusa, Luís Reis disse que, depois de proposto o plano de remunerações, os accionistas que votarem contra a desblindagem dos estatutos terão de explicar porque é que o fazem.