Stone Holding já tem 98% do capital da Cofaco após conclusão de OPA
A Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Stone Holding sobre a Cofaco ficou concluída na segunda-feira, passando a primeira a deter 98 por cento do capital da unidade de conservas de peixe.
Em comunicado, a Cofaco refere que "foi atingido o objectivo definido" aquando do lançamento da OPA, e que vai levar, "seguramente, à implementação de uma nova estratégia de governance" para este grupo de empresas mais conhecido pela sua marca de conservas "Bom Petisco".
Este processo, que se iniciou em Outubro de 2006, foi objecto de uma apreciação da Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM).
A OPA decorreu entre 17 e 28 de Setembro, depois de a CMVM ter registado a operação a 13 de Setembro.
A contrapartida da OPA obrigatória lançada pela britânica Stone Holding Company Limited sobre a totalidade das acções representativas do capital social da Cofaco - Comercial e Fabril de Conservas era de 0,02 euros por cada acção da sociedade visada.
Com o processo concluído, a Cofaco diz "acabar de cumprir mais uma etapa do seu já longo percurso, rumo à sua sustentabilidade orgânica, económica e financeira".
Para os responsáveis da empresa, a conclusão da OPA "não se trata apenas de retirar mais uma empresa do mercado, mas de possibilitar a implementação de uma nova dinâmica empresarial".
Esta dinâmica vai permitir-lhe, "com estabilidade, num futuro próximo, voltar a oferecer ao universo global dos investidores na Bolsa uma oportunidade consistente para a aplicação das suas poupanças", acrescenta a Cofaco.
Em Maio, em entrevista à agência Lusa, o administrador da Cofaco, Duarte Parente, dizia que o objectivo era aumentar 10 por cento a facturação em 2007, para 55 milhões de euros, e concluir o processo de estabilização do grupo, após a conclusão da OPA.
Já no ano passado a actividade do grupo reflectiu a mudança e "a exploração foi positiva e lucrativa, apesar do agravamento do preço das matérias-primas e da energia", como avançou o administrador da Cofaco, que tem três fábricas de conservas nos Açores.
Entre as tarefas principais dos responsáveis do grupo já iniciadas em 2006, Duarte Parente apontou "sanear passivos e relançar o investimento de modo a permitir a modernização das fábricas", assim como a divulgação das áreas de negócio e das marcas.
Segundo informação da Cofaco, no final de 2006, o valor do seu "passivo consolidado exigível" era de cerca de 27,5 milhões de euros contra 63 milhões um ano antes.
"O passivo bancário de curto prazo foi reduzido em cerca de 2,7 milhões de euros e as dívidas a fornecedores reduziram de 9,9 milhões de euros para 5,7 milhões", acrescentava.
Em termos globais o passivo de médio/longo prazo sofreu uma redução de cerca de 22,7 milhões de euros e o passivo exegível de curto prazo foi reduzido em cerca de 12,8 milhões de euros.
No ano passado, o volume de negócios consolidado da Cofaco manteve-se nos valores de 2005, ou seja, nos 50 milhões de euros.
Segundo o responsável da empresa, do total de vendas realizado, 5,9 milhões de euros correspondem a produtos das marcas da Cofaco, mas adquiridos a outras fábricas, "em regime de outsourcing para revenda".
A produção própria foi de cerca de 11,5 mil toneladas.
Para 2007, as perspectivas são de chegar a uma produção de 14 mil toneladas, ou seja mais cerca de 22 por cento que no ano anterior.
Do total de vendas previstas para este ano, de 55 milhões de euros, 48 milhões serão de produção própria.
A Cofaco é um grupo de empresas de referência no sector nacional das conservas de peixe, líder do mercado interno com a marca "Bom Petisco" e maior exportador nacional de atum em conserva, principalmente com a marca "Às do Mar".
As suas três fábricas, que laboram cerca de 18 mil toneladas, estão localizadas em três ilhas do arquipélago dos Açores, região do país onde os tunídeos (atum) surgem em maior quantidade.
A Cofaco emprega directamente mais de 600 trabalhadores e está entre as dez maiores empresas insulares.