TAP deverá ser nacionalizada

por RTP
Regis Duvignau - Reuters

A notícia foi avançada pelo Expresso. O jornal avança que o Governo vai tomar a decisão porque falhou o acordo com os acionistas privados para a injeção de capital. O ministro das Infraestruturas diz que o Estado está "preparado para tudo".

As condições exigidas pelo Estado para viabilizar o empréstimo de 1200 milhões de euros à companhia terão sido chumbadas pelos administradores que representam a Atlantic Gateway de David Neeleman e Humberto Pedrosa.

A mais relevante era a conversão em capital dos 217 milhões de euros de empréstimos que os privados fizeram à TAP.

A solução encontrada pelo Governo deverá passar agora por uma nacionalização da empresa, a decidir em Conselho de Ministros.
“Estamos preparados para tudo”. Hipótese de "intervenção mais assertiva" em cima da mesa
O ministro das Infraestruturas confirma que a proposta de injeção de dinheiro do Estado na TAP e as condições para a entrada de 1200 milhões de euros na empresa foi chumbada em reunião do Conselho de Administração, nesta segunda-feira à noite, e atribui a isso a notícia de que a TAP vai ser nacionalizada.

"Estamos preparados para tudo. Há uma coisa que é certa para o Governo português: não vamos ceder nas nossas condições e estamos preparados para intervir e salvar a empresa", garante o governante no Parlamento.

O ministro não confirmou que a empresa será nacionalizada, mas também não afastou essa hipótese. "Faremos uma intervenção mais assertiva caso o privado continue a não aceitar" a proposta do Estado, assegura.

Pedro Nuno Santos diz que ainda vai ser submetida a proposta ao sócio privado para que seja aceite. "Ou então, aceitar uma saída acordada para uma situação que é negativa para todos”. Uma saída, diz, que dê paz à empresa e que evite litígios futuros.

"Não cederemos na negociação com o privado. Não lhe chamamos braço-de-ferro, chamamos defesa intransigente e firme do interesse nacional", acrescentou o ministro.

O ministro acabou por verbalizar o que tinha deixado implícito: de que a nacionalização avança caso os privados não aceitem as condições do Estado.
O ministro Pedro Nuno Santos verbalizou aquilo que já tinha deixado implícito nas declarações durante a manhã no parlamento. A ideia de que o Estado paga e, por isso, manda, foi reiterada pelo ministro. O caminho a seguir depende agora dos privados.
“TAP é demasiado importante para a deixarmos cair”
O ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos defendeu no Parlamento que a Transportadora Aérea Nacional é um instrumento de desenvolvimento nacional, fundamental para a economia do país. O ministro argumentou que "só os fanáticos da Iniciativa Liberal é que acham que nos podemos dar ao luxo de deixar cair a TAP".

O ministro defendeu que a importância da TAP não se resume aos 10 mil postos de trabalho nem aos 300 milhões de contribuições e impostos, nem os resultados operacionais negativos, mas também aos turistas que transporta para o país, por exemplo. “Metade dos turistas chega com a TAP”, lembra o ministro.
“Seria um desastre perder a TAP”, garante.
Pedro Nuno Santos reiterou a ideia de reestruturar a TAP e que todas as companhias aéreas estrangeiras, mesmo aquelas que tiveram acesso ao apoio no contexto da pandemia, terão de fazer esse processo de reestruturação. O governante diz que o apoio negociado com Bruxelas era “o único possível” perante o que exigia Bruxelas.

O ministro considera que 1200 milhões de euros representam muito dinheiro e que esse dinheiro estatal de eventual apoio à empresa têm de ser bem geridos.

Pedro Nuno Santos diz que o modelo de reversão da privatização “não foi o modelo ideal”, foi o “possível”.

(em atualização)
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