TAP freta aviões para garantir voos de longo curso
A TAP poderá vir a fretar aviões de outras companhias para garantir os voos de longo curso no decorrer da próxima greve marcada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) para os dias 24 e 25 de Setembro. A empresa também já deu garantias quanto aos voos entre o Continente e as Regiões Autónomas.
A razão para esta tomada de posição por parte da empresa vem na sequência da greve que o SPAC agendou para a próxima quinta e sexta-feira e que, segundo a transportadora aérea portuguesa "vai perturbar seriamente a operação da TAP prejudicando os passageiros com voos marcados".
Na base da greve marcada pelos pilotos está um pedido de aumentos salariais que a administração da empresa recusou por considerar que a crise que afecta a aviação civil impede que tais aumentos possam ser concretizados.
A empresa já anunciou que está a "desenvolver todos os esforços ao seu alcance" para atenuar o impacto da greve, tendo já garantido os serviços mínimos nas ligações entre o Continente e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, assim como os voos entre Lisboa e Luanda e os voos para o Luxemburgo na sexta-feira.
Já em relação aos voos de longo curso para o Brasil, África, Venezuela e Estados Unidos, a TAP espera que sejam efectuados com recurso a fretamento de aviões de outras companhias.
Sindicatos contestam fretamento de aviões
O sindicato dos pilotos já veio contestar a hipótese da TAP vir a fretar aviões como sendo uma acção ilegal, mas o porta-voz da empresa, António Monteiro, já esclareceu que o fretamento de aviões nada tem de ilegal.
"A TAP é uma companhia que, por vezes, até é acusada de se exceder no cumprimento da legalidade. Portanto, para os nossos serviços jurídicos não oferece a mínima dúvida, e repito, também muito estranharia que o sindicato pusesse em causa esta medida porque a greve visa penalizar a empresa. Ela, ao ter estes custos adicionais de fretar estes aviões, já é penalizada fortemente", referiu António Monteiro.
Na sequência da greve agendada para esta semana o Presidente da TAP, Fernando Pinto, já veio dizer que esta situação torna difícil qualquer entendimento futuro.
Numa entrevista ao Diário económico, Fernando Pinto volta a alertar para a difícil situação financeira do sector da aviação e relembra o encerramento de muitas companhias aéreas e dos despedimentos já registados no sector.
Fernando Pinto reforça que "desde o início da crise, por suspensão, reestruturação ou redução das actividades, as empresas europeias viram-se obrigadas a dispensar mais de 65 mil trabalhadores, muito deles pilotos".