As exportações da indústria farmacêutica nacional para os Estados Unidos continuam a crescer e o Health Cluster Portugal (HCP) não acredita que Administração norte americana avance com tarifas para o sector porque isso iria provocar uma "revolução" interna.
Em entrevista ao programa Conversa Capital, da Antena 1 e do Jornal de Negócios, Guy Villax, o presidente do HCP, lembra que os EUA não produzem nem 5 por cento dos genéricos que consomem e aumentar o seu preço seria muito impopular.
Ainda assim, considera que as empresas portuguesas que exportam para os Estados Unidos podem ser afetadas, ou seja, têm alguma "fragilidade", mas não há muito que possa fazer a título preventivo.
Revela que, ainda assim, as exportações para os EUA têm tido "crescimentos brutais", na ordem dos 25 por cento ao ano, em parte pela indústria nacional e noutra parte devido a reexportação das multinacionais.
Relativamente à atracão de investimento na área da saúde, espera que as alterações previstas pelo Governo para o IRC permitam a Portugal tornar-se competitivo.
Nesta entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Guy Villax responsabiliza o baixo preço dos medicamentos genéricos pela escassez e rotura nas farmácias e adianta que enquanto as margens aos produtores não aumentarem a situação vai continuar a verificar-se.
"Os medicamentos genéricos são mais baratos que os chocolates", diz.
E nem a nova taxa ambiental a aplicar às farmacêuticas vai alterar a situação porque, segundo o presidente da HCP, se os produtores sentirem que o negócio não é lucrativo deixam de produzir e saem do mercado.
Guy Villax mostra-se otimista em relação ao Programa do Governo, afirma mesmo que o surpreendeu pela positiva porque revela que houve reflexão, nomeadamente nas políticas da saúde, nas quais há mais técnica e menos ideologia.
Quanto ao setor da saúde, defende que não interessa a quantidade, interessa o resultado, uma visão mais económica da saúde, adianta.
Quanto às parcerias público-privadas (PPP), consoante o caso em concreto, admite que pode ser uma boa opção e apresenta como exemplo o Hospital do Algarve.
Entrevista conduzida por Rosário Lira, da Antena 1, e Diana do Mar, do Jornal de Negócios.