Taxa de Março contraria previsão do Governo, diz UGT
Lisboa, 14 Abr (Lusa) - A UGT considerou que a taxa de inflação hoje divulgada pelo INE revela "uma forte subida dos preços" em Março e contraria, mais uma vez, as previsões do Governo quanto à estabilização da taxa de inflação nos 2,1 por cento em 2008.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje que a taxa de inflação homóloga acelerou para 3,1 por cento em Março, um valor superior em 0,2 pontos percentuais ao observado no mês anterior.
A taxa de inflação homóloga situou-se nos 2,9 por cento no mês de Fevereiro.
Para a UGT, a taxa de inflação registada em Março e em Fevereiro mostra uma "clara tendência para a subida de preços" na economia portuguesa.
"Os dados agora disponibilizados confirmam a preocupação reiteradamente expressa pela UGT quanto à incorrecta estimativa da inflação apresentada pelo Governo e às suas consequências sobre as pessoas, confirmando ainda os receios quanto aos impactos negativos sobre a evolução do poder de compra dos trabalhadores face àquela estimativa", diz a central sindical numa nota de imprensa.
A UGT defende que o Governo deve ter um papel activo no acompanhamento da evolução dos preços de certos bens e serviços, evitando situações de aumentos injustificados.
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) considerou que a taxa de inflação hoje anunciada pelo INE "é a face visível do empobrecimento dos portugueses".
Num comunicado, o STE diz que vai confrontar terça-feira o Governo com a situação "e a urgente necessidade de se rever a actualização das remunerações e pensões" dos funcionários públicos "assente no mito de que a inflação se situaria em 2008 nos 2,1 por cento".
Segundo os dados do INE, a variação média da inflação nos últimos 12 meses aumentou para os 2,6 por cento, contra os 2,5 por cento registado no mês anterior.
A variação mensal foi de 1,5 por cento em Março, enquanto que no mês anterior foi nula.
O índice harmonizado de preços no consumidor registou uma variação homóloga de 3,1 por cento, 0,2 pontos percentuais acima do valor observado no mês anterior.
De acordo com a última informação disponível para os países membros da Zona Euro relativa a Fevereiro de 2008, o IHPC português registou a segunda menor taxa de variação homóloga (2,9 por cento), a par com a Alemanha.
O valor médio da Zona Euro é de 3,3 por cento.
O índice harmonizado de preços no consumidor apresentou entre Fevereiro e Março de 2008 uma variação de 1,5 por cento, duas décimas de ponto percentual superior à observada no período homólogo.
A variação média dos últimos 12 meses aumentou para 2,6 por cento (2,5 por cento em Fevereiro).
RRA/TSM.