Trabalhadores da Autoeuropa chumbaram pré-acordo sobre novos horários

por RTP
Foto: José Manuel Ribeiro - Reuters

Os trabalhadores da Autoeuropa chumbaram o pré-acordo para os novos horários de trabalho num referendo realizado esta quarta-feira, com 63% votos contra e 13% de abstenção. Na sequência destes resultados, a Comissão de Trabalhadores deverá reunir ainda hoje com a administração da Autoeropa.

A fábrica de Palmela pretendia aumentar os turnos de trabalho para responder à produção do modelo T-Roc da Volkswagen, através de um acordo negociado entre a administração e a Comissão de Trabalhadores.

O pré-acordo, rejeitado por mais de três mil trabalhadores, previa que os trabalhadores tivessem de trabalhar aos sábados e também a laboração contínua em três turnos diários depois de agosto de 2018.

Em plenários realizados na semana passada, foram muitos os trabalhadores que criticaram os termos do novo pré-acordo, assinado a 20 de novembro, considerando que as alterações negociadas pela atual Comissão de Trabalhadores, eleita em outubro, eram insuficientes.
A agência Lusa avança que 63,22% dos trabalhadores rejeitaram o pré-acordo e apenas 35,16% votaram a favor do documento
De assinalar que esta é a segunda vez que falha uma tentativa de acordo desde que foi anunciada a produção do modelo T-Roc em Palmela. Em julho, 74% dos trabalhadores já tinham rejeitado outro pré-acordo com a administração em referendo.

Foi esse resultado que resultou no pedido de demissão da anterior Comissão de Trabalhadores, ao ver o pré-acordo vetado. Em resposta à agência Lusa, a Comissão de Trabalhadores informou que só fará comentários ao resultado do referendo depois de comunicar formalmente o resultado obtido neste referendo a todos os trabalhadores da Autoeuropa.

Ao voto negativo seguiu-se uma greve histórica na Autoeuropa, a 30 de agosto, a primeira por razões laborais naquela fábrica de automóveis.

O novo pré acordo propunha um "período transitório" entre fevereiro e agosto para que a fábrica se pudesse adaptar ao modelo de laboração contínua.

Mas os trabalhadores continuam a contestar a obrigatoriedade de trabalho ao sábado - cuja remuneração deixa de ser paga como trabalho extraordinário - e ainda contra o modelo de laboração contínua que passaria a vigorar.


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