Economia
Trabalhadores da Valadares acusam administração de "lock-out"
Os trabalhadores da Cerâmica de Valadares apresentaram uma queixa-crime na PSP contra a administração da empresa, acusando-a de violar a Constituição com um "lock-out" parcial, acusação já refutada pela entidade patronal, que garante estar a tentar resolver a situação dos salários em atraso.
A apresentação da queixa-crime foi anunciada por Fátima Messias, da Federação dos Sindicatos de Cerâmica, em conferência de imprensa, justificando a iniciativa com o facto de a administração ter verbalmente ordenado aos trabalhadores a paragem da produção, na terça-feira, desligando os fornos, o que, na opinião dos trabalhadores, "configura, no atual contexto, uma clara violação do artigo 57.º da Constituição, nomeadamente a proibição de 'lock-out' por parte das entidades patronais".
"O que está a ser feito dentro da fábrica não está a coincidir com as declarações públicas da administração. Uma empresa não pode tomar atitudes destas, unilaterais, de paralisar a produção, sem justificar", salientou Fátima Messias, acrescentando que "a responsabilidade do que se está a viver foi e é da administração", e garantindo que, "logo que a situação dos salários esteja resolvida", a laboração da Cerâmica de Valadares entrará "numa situação de normalidade".
"Esta atitude recente (da administração) não configura uma vontade de resolver o conflito", sublinhou.
"Completamente descabido"
A administração da Cerâmica de Valadares já reagiu à apresentação da queixa-crime e aos seus fundamentos rejeitando liminarmente que esteja a praticar "lock-out".
O administrador da Valadares, António Galvão Lucas, rejeitou o "lock-out" criticado pelos trabalhadores justificando que pararam dois fornos por serem "fortes consumidores de gás e atualmente não haver necessidade de produzir, porque não entram nem saem mercadorias".
"Estar a acusar a administração de estar a violar a Constituição com um 'lock-out' é completamente descabido", disse.
Galvão Lucas aproveitou a ocasião para denunciar que os prejuízos da Valadares nos 10 dias de paralisação dos trabalhadores se estimam em "mais de meio milhão de euros".
"Os prejuízos nunca são inferiores a 50/60 mil euros por dia. Para já, é superior a meio milhão de euros", sustentou.
Trabalhadorers recorrem a instâncias nacionais
Os trabalhadores não desarmam na sua luta para que lhes sejam pagos os salários de dezembro e janeiro que se encontram em atraso e decidiram dar um novo prazo à administração até à próxima sexta-feira para que efetue o pagamento que se não acontecer levará os trabalhadores a reunirem-se em novo plenário "para decidir o que fazer a seguir".
Numa tentativa de ultrapassar o aparente impasse da situação, os trabalhadores decidiram contactar a administração do grupo Hagen "com quem, segundo a própria administração, foi feita uma encomenda com um pré-pagamento", que dará para resolver a questão dos salários em atraso.
Encetarão também junto do presidente da Câmara Municipal de Gaia, Luís Filipe Menezes, "uma intervenção mais ativa na defesa de uma empresa que tem uma importância muito grande para o desenvolvimento social do concelho e do distrito".
Os sindicatos tencionam pedir ao Ministério da Economia "intervenção efetiva, no sentido de resolver e ultrapassar o problema criado pela própria administração".
Nesse sentido "vai acontecer uma audiência da CGTP com o ministro [na próxima quinta-feira de manhã] e quer-se que desta reunião resultem perspetivas de resolução deste problema na Valadares e noutras empresas".
Mas não é só o Governo que é cooptado para esta luta. Também o Presidente da República vai ser interpelado pelos trabalhadores e seus representantes no sentido de dar cumprimento aos preceitos constitucionais uma vez que, em sua opinião, "está em causa o cumprimento do preceito constitucional que obriga ao pagamento do salário a todos os funcionários pelo trabalho prestado".
"Estamos a tratar do assunto"
A administração, pela voz do seu administrador António Galvão Lucas garante que se mantêm as negociações com um cliente para, através de um pré-pagamento do fornecimento da encomenda, conseguir ter dinheiro que permita pagar os salários.
"Estamos a tratar do assunto", garantiu sem no entanto se enfeudar a uma data para concretizar o negócio e pagar aos funcionários.
"O que está a ser feito dentro da fábrica não está a coincidir com as declarações públicas da administração. Uma empresa não pode tomar atitudes destas, unilaterais, de paralisar a produção, sem justificar", salientou Fátima Messias, acrescentando que "a responsabilidade do que se está a viver foi e é da administração", e garantindo que, "logo que a situação dos salários esteja resolvida", a laboração da Cerâmica de Valadares entrará "numa situação de normalidade".
"Esta atitude recente (da administração) não configura uma vontade de resolver o conflito", sublinhou.
"Completamente descabido"
A administração da Cerâmica de Valadares já reagiu à apresentação da queixa-crime e aos seus fundamentos rejeitando liminarmente que esteja a praticar "lock-out".
O administrador da Valadares, António Galvão Lucas, rejeitou o "lock-out" criticado pelos trabalhadores justificando que pararam dois fornos por serem "fortes consumidores de gás e atualmente não haver necessidade de produzir, porque não entram nem saem mercadorias".
"Estar a acusar a administração de estar a violar a Constituição com um 'lock-out' é completamente descabido", disse.
Galvão Lucas aproveitou a ocasião para denunciar que os prejuízos da Valadares nos 10 dias de paralisação dos trabalhadores se estimam em "mais de meio milhão de euros".
"Os prejuízos nunca são inferiores a 50/60 mil euros por dia. Para já, é superior a meio milhão de euros", sustentou.
Trabalhadorers recorrem a instâncias nacionais
Os trabalhadores não desarmam na sua luta para que lhes sejam pagos os salários de dezembro e janeiro que se encontram em atraso e decidiram dar um novo prazo à administração até à próxima sexta-feira para que efetue o pagamento que se não acontecer levará os trabalhadores a reunirem-se em novo plenário "para decidir o que fazer a seguir".
Numa tentativa de ultrapassar o aparente impasse da situação, os trabalhadores decidiram contactar a administração do grupo Hagen "com quem, segundo a própria administração, foi feita uma encomenda com um pré-pagamento", que dará para resolver a questão dos salários em atraso.
Encetarão também junto do presidente da Câmara Municipal de Gaia, Luís Filipe Menezes, "uma intervenção mais ativa na defesa de uma empresa que tem uma importância muito grande para o desenvolvimento social do concelho e do distrito".
Os sindicatos tencionam pedir ao Ministério da Economia "intervenção efetiva, no sentido de resolver e ultrapassar o problema criado pela própria administração".
Nesse sentido "vai acontecer uma audiência da CGTP com o ministro [na próxima quinta-feira de manhã] e quer-se que desta reunião resultem perspetivas de resolução deste problema na Valadares e noutras empresas".
Mas não é só o Governo que é cooptado para esta luta. Também o Presidente da República vai ser interpelado pelos trabalhadores e seus representantes no sentido de dar cumprimento aos preceitos constitucionais uma vez que, em sua opinião, "está em causa o cumprimento do preceito constitucional que obriga ao pagamento do salário a todos os funcionários pelo trabalho prestado".
"Estamos a tratar do assunto"
A administração, pela voz do seu administrador António Galvão Lucas garante que se mantêm as negociações com um cliente para, através de um pré-pagamento do fornecimento da encomenda, conseguir ter dinheiro que permita pagar os salários.
"Estamos a tratar do assunto", garantiu sem no entanto se enfeudar a uma data para concretizar o negócio e pagar aos funcionários.