Economia
Trabalhadores dos Impostos apontam culpas ao subdiretor-geral demissionário por lista VIP
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos garante que José Maria Pires era a peça chave de todo o caso da lista VIP.
Foto: Pedro A. Pina/RTP
“Parece que os factos se confirmam”, refere Paulo Ralha, acrescentando que esta tarde tinha previsto apresentar “alguns elementos que iam nesse sentido, mas ainda bem que aconteceu desta forma”. O sindicalista diz que assim se evitam “uma série de procedimentos que íamos ter que adotar”.
Paulo Ralha esclarece que “todos os indícios apontam para a mesma pessoa” e acusa José Maria Pires de ser o “denominador comum em todo este processo”.
“Era responsável direto pela área informática e tinha um grande ascendente sobre a área da auditoria interna, ou seja, é o pivô para montar uma operação deste tipo dentro da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)”, para além de ser “a pessoa que antes, ou mesmo enquanto o diretor-geral esteve no cargo, tinha o conhecimento de todos os meandros da AT”.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos argumenta que o diretor-geral veio de outro serviço e “nunca esteve a par de grande parte” das situações, daí que o subdiretor-geral fosse “a pessoa que mandava de facto na AT, e grande parte destes procedimentos são assinados por José Maria Pires”.
Segundo Paulo Ralha, “ainda há mais pessoas que têm que apresentar a demissão, porque estão de forma não sustentada a ocupar um cargo público de grande responsabilidade, e o que se passou é um ataque à democracia”. Em termos de responsabilidade política, o sindicalista aponta o dedo a “quem é o superior hierárquico político da AT”, ou seja, o secretário de Estado Paulo Núncio.
Contactado pela Antena 1, o Ministério das Finanças confirma que subdiretor-geral da Justiça Tributária e Aduaneira, José Maria Pires, apresentou na quarta-feira a sua demissão à ministra das Finanças e que esta a aceitou. Porém, não são avançadas quaisquer justificações.