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Transportes Urbanos de Coimbra serão internalizados em departamento da Câmara

por Lusa

Os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) vão ser internalizados no Departamento de Mobilidade da Câmara para tornar a gestão "mais flexível e ágil", afirmou hoje o presidente da autarquia, na apresentação da reestruturação da orgânica municipal.

A reestruturação da orgânica nuclear dos serviços da Câmara Municipal de Coimbra, que irá ser votada na próxima reunião do executivo, prevê também a criação de um Departamento do Desenvolvimento Económico e um Departamento do Ambiente e Sustentabilidade, ao mesmo tempo em que são reforçadas competências em áreas como a educação, desporto e saúde.

A proposta de reestruturação da orgânica foi hoje apresentada aos jornalistas, em conferência de imprensa, na qual o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, realçou que esta medida visa "adaptar a orgânica dos serviços municipais aos novos desafios do concelho" e às linhas estratégicas do novo executivo, eleito em outubro de 2021.

Uma das principais novidades na medida centra-se na internalização dos SMTUC no futuro Departamento de Mobilidade, Trânsito e Transportes, cuja criação está prevista na proposta do executivo.

"Na estrutura, tínhamos duas câmaras -- uma grande e outra pequena [SMTUC]. Ao longo dos últimos anos, tem-se revelado disfuncional esta organização em duas câmaras pela duplicação de serviços. Assim, cria-se uma unidade orgânica nuclear com competências no trânsito, mobilidade e transportes", salientou José Manuel Silva.

De acordo com o autarca, mais de metade dos custos dos SMTUC centram-se nas despesas com pessoal.

Referiu ainda que, comparando com outros sistemas de transportes públicos e privados, regista-se "um excesso de funcionários" na componente administrativa daqueles serviços que não têm personalidade jurídica própria.

"Enquanto os serviços de transporte do Barreiro [também geridos e detidos pelo município] têm 175 motoristas e 50 administrativos, aqui temos o quadruplo do pessoal administrativo e não temos o dobro dos motoristas", notou José Manuel Silva, explicando que haverá funcionários administrativos que serão reafetados para departamentos e áreas que carecem de pessoal.

Questionado pela agência Lusa sobre quantos funcionários irão para outros departamentos, José Manuel Silva referiu que esse número ainda não está definido.

Caso houvesse despedimentos -- que não irá haver, garantiu -, o município pouparia 800 mil euros em custos com pessoal.

"Em termos práticos, os SMTUC continuarão a existir, continuaremos a ter transportes urbanos, mas deixará de ser um serviço municipalizado e passará a fazer parte de um departamento, com uma gestão mais ágil e flexível", frisou.

De acordo com a vereadora com o pelouro dos transportes e presidente dos SMTUC, Ana Bastos, a internalização irá permitir eliminar "passos intermédios" no diálogo entre os transportes urbanos e os serviços camarários, ao mesmo tempo que permite uma gestão numa única estrutura de todos os operadores de transportes no concelho, sejam privados sejam públicos, como é o caso do futuro Sistema de Mobilidade do Mondego.

De 16 unidades orgânicas atuais, a proposta do executivo prevê 18 unidades orgânicas.

Entre as novas estruturas, surge a criação de um Departamento para o Desenvolvimento Económico, Empreendedorismo, Competitividade e Investimento, que irá trabalhar na captação de investimento, na implementação de programas e estratégias de desenvolvimento empresarial, assim como na criação de uma via rápida para o investimento.

Outra das novas estruturas será o Departamento de Ambiente e Sustentabilidade, que terá como objetivo adotar novas práticas e medidas para combater as alterações climáticas, entre outras ações.

Segundo José Manuel Silva, apesar da criação de novos departamentos, o município só irá recrutar "dentro do quadro de pessoal da Câmara de Coimbra", não estando previsto um aumento desse mesmo quadro.

No Departamento de Cultura e Turismo, vai-se separar "a Divisão de Cultura e Turismo", com estruturas flexíveis próprias, para "não confundir uma e outra circunstância".

A proposta do executivo será votada na próxima reunião de Câmara, na segunda-feira, tendo depois de passar pela aprovação da Assembleia Municipal.

A perspetiva da Câmara é a de que esta reestruturação fique efetivada ainda este ano.

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