Turismo de Portugal diz que foco vai manter-se na Europa mas diversificar é necessário

Coimbra, 07 dez (Lusa) - O presidente do Turismo de Portugal, Frederico Costa, disse hoje que o foco estratégico em termos de promoção vai manter-se na Europa, mas que diversificar a aposta nos mercados é necessário e uma oportunidade.

Lusa /

"Portugal depende e dependerá nos próximos tempos do mercado europeu. Podemos olhar para a índia, para a China - como aliás a senhora secretária de Estado [do Turismo] tem falado -, e devemos, mas a prioridade está e estará na Europa", frisou o responsável durante a sua intervenção no 38.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em Coimbra.

Um foco que, em seu entender, deve ser acompanhado de outras estratégias que ajudem, ainda assim, a diminuir a dependência de Portugal da Europa.

"Não estamos cegos, surdos e mudos, e não vamos ficar parados. A diversificação [de mercados que nos visitam] não é só uma questão de necessidade, é uma oportunidade", sublinhou Frederico Costa.

Perante uma plateia de empresários de vários ramos ligados ao turismo, o responsável lembrou que há uns anos também se duvidava dos resultados da aposta forte que se queria fazer no Brasil e que hoje este "é o quinto mercado para Portugal".

Ainda assim, um resultado que não acredita "ser replicável", tendo em conta que na relação com o Brasil existe a questão da língua ser a mesma, de existirem já muitas ligações aéreas consolidadas, etc.

"Mas há um mundo a crescer. No Brasil fala-se em 50 milhões de pessoas que entraram nesta classe média que viaja; Na índia entraram 100 milhões", lembrou, fazendo alusão a um dos mercados para onde, no mês passado, foi organizada uma missão empresarial, à procura de oportunidades.

Frederico Costa falou ainda dos resultados alcançados pelo turismo nacional este ano, afirmando que este é um setor cujos intervenientes "devem sentir-se orgulhosos".

A 4 de dezembro, o responsável já tinha anunciado que o crescimento da procura externa "salvou" o turismo nacional em 2012, ano marcado por uma redução de 7,5% na procura interna e pela "desagradável surpresa" da quebra de 10% do mercado espanhol.

O presidente do Turismo de Portugal, que falava numa conferência promovida pela Associação da Hotelaria de Portugal e pela Vida Imobiliária, destacou que "o ano acaba com uma nota positiva", devendo apresentar um crescimento semelhante a 2011, graças à procura externa.

Frederico Costa disse que a procura internacional cresceu 5%, "acima de todas as expectativas", já que a Organização Mundial do Turismo previa um crescimento máximo na ordem dos 3% para a Europa.

"O setor do turismo conseguiu encontrar uma compensação pela perda de dois mercados fundamentais, o nacional e o espanhol", considerou Frederico Costa na altura, destacando o crescimento de mercados como o alemão (cerca de 9%), o francês (13%), o brasileiro, o holandês ou o americano que também "cresceu fortemente".

"Vamos ter mais turistas estrangeiros do que alguma vez tivemos em Portugal", salientou, acrescentando que este acréscimo permitiu compensar a quebra muito expressiva do mercado ibérico [houve menos 7,5% de turistas portugueses e menos 10% de espanhóis], que representa 40% da procura de Portugal.

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