Venda de lojas Modelo no Brasil à Carrefour

O presidente da Modelo Continente, Nuno Jordão, afirmou hoje que a venda à Carrefour de 10 espaços comerciais que explora sob a insígnia Big no Estado brasileiro de São Paulo "estará concluída até ao final de Junho".

Agência LUSA /

"Estou satisfeito com o negócio, que contribuirá, em termos consolidados, positivamente para os resultados líquidos do exercício de 2005, num montante superior a 20 milhões de euros", disse o responsável da Modelo Continente (MC) numa videoconferência a partir de Brasil.

Em comunicado, a Sonae, através da filial Sonae Distribuição, anunciou hoje que a Modelo Continente celebrou um acordo com a Carrefour para a venda da rede de lojas que explora sob a marca Big, na grande região de São Paulo.

O negócio foi fechado por 317 milhões de reais (cerca de 105 milhões de euros).

Nuno Jordão realçou que o encaixe financeiro gerado pela venda vai permitir diminuir substancialmente a dívida remunerada contraída no mercado brasileiro, com a redução da exposição do grupo Modelo Continente aos elevados níveis de taxa de juro praticados no Brasil.

"A operação vai reforçar a solidez financeira da empresa e, uma vez que o cash-flow operacional (EBITDA) gerado vai sofrer alterações devido à venda, as condições de rendibilidade do negócio no Brasil vão beneficiar substancialmente", acrescentou.

Segundo o responsável, "o encaixe de 105 milhões de euros (valor calculado ao câmbio actual) permitirá reduzir a dívida da Modelo Continente no Brasil em mais de metade".

Nuno Jordão escusou-se a divulgar o total da dívida bancária (remunerada) da Modelo Continente neste país, tendo realçado apenas que a dívida do Grupo Modelo Continente foi de cerca 500 milhões de euros em 2004.

Adiantou que o negócio do grupo Modelo Continente na grande região de São Paulo "estava comprometido pela sua baixa rentabilidade, condicionada pela falta de dimensão relativa, forte concorrência, taxas de juro elevada, contracção da procura e pela desvalorização do real".

"A aposta estratégica recaiu nos Estados do Sul do país, onde rentabilidade do negócio sempre foi maior, enquanto no caso da região de São Paulo era inferior", salientou.

Nuno Jordão reconheceu que "o +timing+ para a entrada do Modelo Continente no Estado de São Paulo, não podia ter sido pior".

"Já admitíamos que a Modelo Continente na Metrópole de São Paulo, caso se reunissem as condições, alienaríamos os 10 estabelecimentos comerciais que operavam sob a insígnia Big", acrescentou.

Apesar deste desinvestimento no Estado de São Paulo, a Modelo Continente mantém sete lojas no interior desta região, um "cluster" competitivo e cujo crescimento das vendas é actualmente da ordem dos 20 por cento.

Em 2005, a Modelo Continente deverá continuar a gerar um "cash flow" de cerca de 50 milhões de euros (150 milhões de reais), o mesmo montante que prevê investir no país.

O crescimento das vendas tem estado a crescer em torno dos 20 por cento, apesar do cenário "não ser muito favorável" para os consumidores, justificou o gestor.

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