Verba para segurança interna aumenta 11,3% para 3,16 mil milhões de euros
A verba para a segurança interna vai aumentar 11,3% no próximo ano, totalizando 3,16 mil milhões de euros, e a maior fatia vai para os salários nas polícias, indica a proposta de Orçamento do Estado para 2026.
"O programa orçamental da Segurança Interna apresenta, no orçamento para 2026, um total de 3.198,6 milhões de euros de previsão de receita total consolidada e de 3.162,7 milhões de euros de dotação de despesa total consolidada, representando um acréscimo de 11,3% face à estimativa de execução até final de 2025", refere o documento hoje entregue na Assembleia da República.
A proposta do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) sublinha que as despesas com o pessoal representam 74,4% da despesa total consolidada, com 2.352,9 milhões de euros de dotação, destacando-se a estrutura da massa salarial da Guarda Nacional Republicana, com 1,16 mil milhões de euros, e a Polícia de Segurança Pública, com 1,12 mil milhões de euros.
O documento destaca também a dotação referente à aquisição de bens e serviços, com 214,5 milhões de euros, dos quais 127,7 milhões de euros afetos às forças de segurança, destinados ao financiamento da atividade da PSP e GNR.
O OE2026 do Ministério da Administração Interna (MAI) prevê uma verba de 23,3 milhões de euros destinados às transferências da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais.
Sobre as dotações de despesa de investimento, a proposta indica que "a rubrica de aquisições de bens de capital ascende a 236,1 milhões de euros, dos quais 97,6 milhões de euros dizem respeito à execução da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos para as Forças e Serviços de Segurança do MAI, executada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), e 81,5 milhões de euros que dizem respeito às verbas orçamentadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência".
O OE2026 contempla igualmente a dotação específica para pensões e reformas, executada pela GNR (com 131 milhões de euros) e pela PSP (com 126,5 milhões de euros), que é totalmente financiada por receitas de impostos.
De acordo com a proposta, os encargos com saúde executados pela GNR, com 55,3 milhões de euros, dos quais 49,8 milhões de euros são financiados por receita própria, e pela PSP com 38,8 milhões de euros, integralmente cobertos por receita própria.
Na proposta está também orçamentada pela SGMAI a indemnização compensatória de 26 milhões de euros, financiada por receitas de impostos, a transferir para a empresa que gere o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) "pelos encargos diretos e indiretos decorrentes do cumprimento das respetivas obrigações, nomeadamente a contratação dos bens e serviços necessários para assegurar o funcionamento ininterrupto da rede SIRESP".
O Governo prevê ainda 134,9 milhões de euros relativo à Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos para as Forças e Serviços de Segurança.
A proposta vai ser discutida e votada na generalidade entre 27 e 28 de outubro. A votação final global está marcada para 27 de novembro, após o processo de debate na especialidade.