Vice-ministro taiwanês admite concessões mútuas em diálogo com Washington

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros taiwanês afirmou hoje que as negociações entre Taiwan e os Estados Unidos para alcançar um acordo comercial antes de 01 de agosto continuam em curso e envolvem um processo de "concessões mútuas".

Lusa /
Vice-ministro Negócios Estrangeiros de Taiwan, Chen Ming-chi Johannes Neudecker via Reuters

Segundo declarações citadas pela agência de notícias CNA, Chen Ming-chi alertou que "não se podem fazer conjeturas" sobre as tarifas que serão aplicadas a Taiwan após a conclusão das conversações, acrescentando que os detalhes sobre as compras a empresas norte-americanas "ainda estão a ser discutidos entre ambas as partes".

O governante destacou que as propostas de aquisição "incluem processos delicados de cedência", sublinhando que a "sinceridade de Taiwan está plenamente presente".

Yen Huai-shing, vice-chefe da equipa negociadora de Taipé, indicou que "o objetivo é alcançar um consenso antes de 01 de agosto", data definida pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, como prazo para fechar novos acordos comerciais.

Yen assegurou ainda que a "linha vermelha" de Taiwan é a defesa "dos interesses nacionais, da segurança alimentar e da saúde pública".

A vice-primeira-ministra taiwanesa, Cheng Li-chiun, e a principal responsável de Taipé para negociações comerciais, Yang Jen-ni, estiveram em Washington no passado dia 08 de julho para a terceira ronda de reuniões presenciais com representantes dos EUA, centrada em temas económicos e tarifários, incluindo a questão das "tarifas recíprocas", segundo nota do Executivo da ilha.

Em resposta ao anúncio das "tarifas recíprocas", Taiwan propôs um entendimento baseado em "tarifas zero", a aceleração da aquisição de bens norte-americanos, o aumento do investimento em território norte-americano e a eliminação de barreiras comerciais não tarifárias.

No entanto, caso as negociações falhem e os EUA imponham tarifas sobre os semicondutores -- principal produto de exportação da ilha -- ou reativem as tarifas, que anteriormente rondavam os 32%, o impacto na economia taiwanesa poderá ser significativo.

O Governo de Taipé já reconheceu que será difícil atingir um crescimento económico superior a 3% este ano se esse cenário se confirmar.

 

PUB