Wall Street fecha em alta `convencida` pelo crescimento dos EUA
A bolsa de Nova Iorque fechou hoje em alta, impulsionada pela imagem de uma economia norte-americana saudável após a divulgação de números de crescimento do terceiro trimestre que superaram as expectativas, apesar das preocupações com a política monetária.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones subiu 0,16%, para os 48.442,41 pontos, o tecnológico Nasdaq ganhou 0,57%, para os 23.561,84 pontos, e o índice S&P 500, mais abrangente, atingiu um novo máximo de fecho de 6.909,79 pontos (+0,46%).
Os Estados Unidos registaram um crescimento anualizado de 4,3% no verão. Esta aceleração surpreendeu os mercados, que previam uma desaceleração da atividade económica.
"O mercado norte-americano abriu na defensiva porque a reação instintiva foi: `Se a economia está tão forte, a Fed (o banco central norte-americano) ainda precisa de cortar as taxas de juro? `", referiu Art Hogan, analista da B. Riley Wealth Management, à agência France-Presse (AFP). ´
"No passado, quando havia boas notícias, o mercado subia. Agora, quando há boas notícias, o mercado cai porque todos pensam que as taxas de juro serão elevadas imediatamente para lidar com a inflação `potencial`", sublinhou, por sua vez, o Presidente norte-americano Donald Trump na sua rede social Truth Social.
Perante "números inegavelmente bons (...) o mercado percebeu finalmente que as notícias positivas são um bom presságio", observou Hogan.
"O crescimento económico mais forte em dois anos reforça a confiança de que os lucros das empresas continuarão a subir em 2026", apontou, por sua vez, José Torres, analista da Interactive Brokers.
Após a paralisação dos serviços oficiais de estatística durante a crise orçamental no outono, a divulgação destes dados proporciona também uma visão mais clara da saúde da maior economia do mundo.
No âmbito macroeconómico, as encomendas de bens duráveis desceram mais acentuadamente do que o esperado em outubro (-2,2%), enquanto a produção industrial subiu 0,2% em novembro.
Entretanto, os investidores "estão focados no facto de que as hipóteses de uma recuperação no Natal", considerando que os últimos cinco dias de negociação do ano, que geralmente favorecem o mercado, "parecem muito boas", acrescentou Hogan.
Na quarta-feira, véspera de Natal, a sessão da Bolsa de Nova Iorque será encurtada em três horas, encerrando às 18:00 (hora de Lisboa).
A nível empresarial, a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk registou uma subida de 7,30% (para 51,61 dólares) depois de as autoridades de saúde norte-americanas terem aprovado, na segunda-feira, a primeira versão em comprimido do seu principal tratamento contra a obesidade, o Wegovy, oferecendo aos norte-americanos uma primeira alternativa às injeções para a perda de peso.
Esta aprovação deverá facilitar o acesso a estes tratamentos para emagrecimento, já muito populares e considerados revolucionários por muitos especialistas.
A sua concorrente, a Eli Lilly, caiu 0,45% para 1.071,64 dólares.