Wall Street fecha em alta surpreendida positivamente pela inflação dos EUA

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em alta, impulsionada pela desaceleração inesperada da inflação nos EUA em novembro e pelos fortes resultados trimestrais da fabricante de semicondutores Micron.

Lusa /

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average subiu 0,14%, para os 47.951,85 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite avançou 1,38%, para os 23.006,36 pontos, e o S&P 500, mais abrangente, ganhou 0,79%, para os 6.774,76 pontos.

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) caiu no mês passado para 2,7% em termos homólogos, face aos 3% de setembro (os números de outubro nunca serão divulgados devido à paralisação do Governo que afetou os Estados Unidos no outono), de acordo com um relatório hoje divulgado.

A inflação subjacente (excluindo os preços voláteis dos alimentos e da energia) também abrandou, para 2,6% (em comparação com 3% em setembro).

"Os dados hoje divulgados dão ao banco central (dos EUA) mais margem para manobrar para mais uma ronda de cortes de juros", frisou José Torres, da Interactive Brokers.

A Reserva Federal (Fed) tem um duplo mandato, de manter a inflação a longo prazo na casa dos 2% e garantir que os Estados Unidos estão o mais próximo possível do pleno emprego.

Nos últimos meses, a instituição tem-se concentrado no mercado de trabalho lento e optou por três cortes consecutivos nas taxas de juro.

"Um dos maiores riscos é ver a inflação subir enquanto o banco central tenta combater o desemprego", analisou Jack Ablin, da Cresset Capital Management, à agência France-Presse (AFP).

Os números de quinta-feira trouxeram, portanto, algum alívio aos investidores.

E "ao mesmo tempo, os pedidos semanais de subsídio de desemprego também foram inferiores ao esperado, o que ajuda a aliviar as preocupações com uma desaceleração do mercado de trabalho", acrescentou José Torres.

No entanto, os analistas sugeriram que os dados do IPC (Índice de Preços no Consumidor) podem estar parcialmente distorcidos, uma vez que a paralisação do Governo suspendeu a recolha de dados por parte das agências estatísticas oficiais durante várias semanas.

A fabricante de semicondutores Micron (subida de 10,12%, para 248,55 dólares) teve uma valorização expressiva após a divulgação de resultados trimestrais e projeções financeiras que superaram significativamente as expectativas.

No primeiro trimestre do seu ano fiscal, a Micron registou um lucro líquido de 5,4 mil milhões de dólares, superando as expectativas dos analistas de 4,5 mil milhões de dólares, com uma receita recorde de 13,64 mil milhões de dólares.

A fabricante prevê um desempenho ainda melhor no próximo trimestre, com receitas superiores a 18 mil milhões de dólares.

Estes resultados financeiros foram considerados tranquilizadores pelos investidores, que tinham ficado desiludidos com os resultados de outros gigantes tecnológicos, como a Palantir, a Oracle e a Nvidia.

A Trump Media --- empresa-mãe da rede social Truth Social, fundada por Donald Trump --- viu as suas ações dispararem (subida de 41,93%, para 14,86 dólares) após ter anunciado uma aliança com a empresa norte-americana TAE, que desenvolve tecnologia de fusão nuclear, no meio da crescente procura de energia.

As empresas de canábis, como a Canopy Growth (descida de 11,98%) e a Aurora Cannabis (descida de 3,41%), fecharam em queda, apesar da decisão da Casa Branca de alterar a classificação da canábis como substância controlada para incluir o seu uso medicinal.

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