Não é apenas o título que muda, são várias as diferenças que os liberais revelam entre os dois documentos no espaço de um ano e pouco. Por exemplo, no que diz respeito a impostos, a IL deixa cair a proposta de taxa única de IRS (de 15 por cento) que tinha defendido nos últimos anos.
O partido propõe agora a criação de dois escalões para quem recebe acima do salário mínimo nacional:
• 15 por cento para rendimentos brutos até 26.768 euros
• 28 por cento para rendimentos acima de 26.768 euros.
O partido mantém a “isenção total” de IRS até ao valor do salário mínimo nacional. De acordo com o cenário orçamental apresentado pela IL neste programa eleitoral, esta redução do IRS teria um custo de cerca de 2.400 milhões de euros.
Outra mudança nas propostas da IL relaciona-se com a descida do IRC que teria um custo de 1.750 milhões de euros, segundo o cenário orçamental apresentado pelos liberais.
Agora, o partido defende uma redução de cinco por cento ao passar dos atuais 20 por cento "até aos 15 por cento, pelo menos, até ao final da legislatura". Em 2024, a proposta era de taxa única de IRC de 12 por cento para as empresas” menos para “as grandes multinacionais”.
No programa eleitoral para as legislativas de maio, a Iniciativa Liberal propõe de forma clara a mudança progressiva do sistema de pensões tornando-o “misto”.
Ou seja, as pensões de reforma seriam constituídas por uma “pensão base pública” complementada por um regime de capitalização voluntária, que “permitiria que cada cidadão começasse já a construir a sua poupança para a reforma”.
Ainda na Segurança Socal, o partido destaca como prioritário "alargar a licença parental inicial para os seis meses, pagos a 100 por cento sem que o pagamento dependa da partilha de tempo entre os pais e que a escolha seja da família".
O partido quer uma nova Lei de Bases do Sistema Educativo que tenha como base: ensino digital, programação, Inteligência Artificial, literacia financeira e mediática e educação para a informação, por exemplo.
A saúde mental merece “um programa nacional de formação contínua em saúde mental e literacia emocional” para “o pessoal docente e não docente”. O objetivo é “detetar precocemente sinais de perturbações emocionais, (…) atuar de forma adequada no encaminhamento e suporte inicial”.
Ainda no setor da Saúde, o partido insiste no programa SUA-Saúde, que já tinha apresentado nas legislativas em 2024. Um modelo que garantiria um médico de família a todos, com recurso “ao setor privado, social ou a modelos de gestão partilhada — sempre sem prejuízo do investimento no SNS”.
Para reduzir, a curto prazo, as listas de espera, é proposto “o recurso a prestadores externos, nacionais ou internacionais, por concurso público, sempre que se preveja incumprimento dos TMRG (Tempos Máximos de Resposta Garantidos)”.