Debate entre Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Morais

por RTP

O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa disse que o cumprir de um eventual segundo mandato se chegar a Belém é "pôr o carro à frente dos bois", mesmo reconhecendo otimismo face às sondagens que têm sido reveladas. Paulo Morais considerou que, numa eventual segunda volta, votaria em branco.

"Uma coisa é certa: quem mais ordena é o povo. Até ao momento da votação tem exatamente a mesma hipótese de ser eleito Paulo Morais que eu", disse Marcelo Rebelo de Sousa no frente a frente na TVI24 com Paulo de Morais.

Morais, por seu turno, reconheceu que as sondagens são um "bom indicador", mas advogou que o que conta é "o resultado eleitoral", tendo acrescentado que numa eventual segunda volta das eleições sem a sua presença votará em branco: "Nenhum [dos candidatos] defende os mesmos princípios que eu", afirmou.

Ambos os candidatos foram questionados sobre o prazo de entrega do Orçamento do Estado do Governo do PS. Nesta matéria, Marcelo declarou não achar "escandaloso" que o documento chegue com um mês e meio do executivo no poder, até pelas mudanças que implica em relação às políticas anteriores. No entanto, admite que "podia ser um bocadinho" menor o tempo de apresentação do Orçamento.

Paulo de Morais, por seu turno, foi mais taxativo: "O Orçamento do Estado devia ser algo muito simples, decidir em que é que o estado vai gastar a receita a que vai ter acesso", advogou, pedindo a entrega rápida do texto. Considerou que seria dever do Presidente da República exercer pressão no sentido da apresentação do documento.

Ambos defenderam um reforço de meios no combate à corrupção.

Marcelo Rebelo de Sousa, candidato recomendado por PSD e CDS-PP, vincou ser necessário um "reforço" dos meios de investigação a este crime ao nível, por exemplo, da Polícia Judiciária e do Ministério Público.

Já Paulo de Morais realçou que, se for eleito Presidente, irá convocar o parlamento "extraordinariamente" com um único ponto na agenda, a discussão de uma "estratégia contra a corrupção".

O candidato descreveu Marcelo como o aspirante a Belém que "desdramatiza tudo" e que se "dá bem com todos". "O objetivo é não criar ondas na vida política portuguesa. É uma característica que não é minha", sustentou Paulo de Morais.

Na resposta, o candidato com recomendação à direita sublinhou que defender a estabilidade do regime "não é pactuar com o que seja injusto" a nível social em Portugal". Admitiu, sim, que é um candidato que aposta na estabilidade e na busca de consensos.

(com Lusa)
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