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Maria de Belém e Henrique Neto em debate

por RTP

Foto: Pedro A. Pina - RTP

Henrique Neto acusou Maria de Belém de ser uma "candidata de fação". Os dois candidatos à Presidência da República são militantes socialistas. Maria de Belém rejeitou a acusação, defendendo que não se sente candidata do PS e que apresentou a candidatura por um impulso de cidadania, independente dos partidos políticos.

No frente a frente da RTP, Henrique Neto afirmou não compreender como "alguém que foi durante seis anos ministra do Partido Socialista, que foi até há relativamente pouco tempo presidente do Partido Socialista, que foi escolhida por uma fação, de um grupo dentro do interior do partido (...), se apresenta ao país como uma candidata independente". "É um problema de verdade", diz o candidato, considerando mesmo que os partidos, incluindo o PS, mentem aos portugueses.

Em resposta, Maria de Belém negou ser "candidata de fação", defendendo que "as candidaturas resultam de uma iniciativa e impulso de cidadania, e devem ser independentes dos partidos (...) Pauto o meu exercício público e político por ter dito sempre a verdade", contrapôs a candidata, defendendo que, caso seja eleita, irá dedicar-se a "causas mobilizadoras" que ataquem problemas estruturais do país.

Quanto à estratégia a seguir se o atual Governo PS não conseguir alianças para legislar, Maria de Belém considerou que "o Presidente da República deve ser um construtor da estabilidade" e, como tal, iria estar em contacto com os partidos e “evitar fraturas”. “O Presidente da República não escolhe governos, pode ajudar e construir estabilidade na maioria parlamentar", argumentou a candidata.
Ambos os candidatos defenderam a estabilidade como valor importante para um Presidente da República.
Já Henrique Neto considerou que o país “não consegue resistir a muitos mais erros, à destruição da riqueza”, e embora defendendo que o Presidente deve ajudar à governabilidade, caso verificasse que não havia condições de fazer passar leis importantes, então “tentaria governo com outra formatura".

A reta final do debate entre os dois candidatos aqueceu quando Henrique Neto lançou críticas à gestão de Maria de Belém à frente do Ministério da Saúde e falou de questões éticas, nomeadamente no que toca a cargos privados de Maria de Belém, enquanto estava na Comissão Parlamentar de Saúde, considerando que, embora dentro da legalidade do sistema jurídico, isso é “eticamente reprovável”.

Maria de Belém defendeu a sua ação como ministra da Saúde, e sobre as críticas éticas, considerou estar perante um “ataque de caráter”, inaceitável por ter sido apresentado praticamente no fim do tempo do debate. A candidata realçou, no entanto, que sempre cumpriu a legislação e sempre apresentou todos os requisitos exigidos pela lei.
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