Gouveia e Melo diz-se confiante e alerta Mendes para dúvida prejudicial
Henrique Gouveia e Melo mostrou-se hoje "muito confiante" a exatamente um mês das eleições presidenciais, afirmando ainda que o também candidato Luís Marques Mendes pode ser prejudicado se não esclarecer a dúvida que paira sobre si.
"Estou confiante, verdadeiramente estou confiante, porque julgo que sou o único [candidato] verdadeiramente suprapartidário, que não trago lógicas fraturantes que vêm dos partidos", declarou aos jornalistas, a um mês das eleições presidenciais.
O candidato presidencial desvalorizou novamente as sondagens, que lhe parecem "retratos do momento" e "não são retratos definitivos", e voltou a falar do caso que envolve Luís Marques Mendes.
"Porque é que eu acho que deve haver um esclarecimento? Para que não paire a dúvida. Nós devemos evitar que um Presidente seja eleito com uma dúvida que depois arrasta para dentro da Presidência", defendeu.
Luís Marques Mendes assegurou na quarta-feira que está disponível para revelar os clientes da sua empresa familiar se estes lhe derem autorização, no dia em que a revista Sábado noticiou que o candidato presidencial recusava esclarecer como ganhou 709 mil euros líquidos nos últimos dois anos enquanto consultor externo da sociedade Abreu Advogados.
"Julgo que o doutor Luís Marcos Mendes, com a sua experiência e a sua capacidade de analisar também o sistema político, perceberá que essa dúvida o pode prejudicar verdadeiramente. E será do maior interesse dele fazer esse esclarecimento, parece-me, mas também será do maior interesse dos portugueses", destacou.
Segundo a Sábado, em causa estão 413.247,58 euros recebidos em 2023 e 296.309,37 euros em 2024, valores que Marques Mendes não explica relativamente à origem exata dos honorários e sobre possíveis conflitos de interesses.
"Os portugueses devem votar completamente em consciência de que interesses é que estamos a falar. Será que esses interesses vão limitar a capacidade de decisão no futuro? Vão condicionar essa capacidade de decisão? Será que a pessoa que vai ser eleita será refém de um conjunto de lógicas que não são as lógicas do interesse nacional?", questionou.
O candidato falava aos jornalistas após uma visita ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, onde procurou colocar na agenda das presidenciais "coisas que parecem importantes em termos nacionais".
"Uma das coisas é a cultura. Um povo que não trata da sua cultura é um povo que acaba por empobrecer lentamente", notou.
Além de Gouveia e Melo, às eleições presidenciais anunciaram, entre outros, as suas candidaturas André Ventura (apoiado pelo Chega), António Filipe (com o apoio do PCP), António José Seguro (apoiado pelo PS), Catarina Martins (apoiada pelo BE), João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), Jorge Pinto (apoiado pelo Livre) e Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD).