Política
Presidenciais 2026
Pacote Laboral. Marques Mendes apela ao diálogo onde Catarina Martins vê "um beco sem saída"
Catarina Martins e Luís Marques Mendes estiveram, esta sexta-feira, frente a frente em mais um debate das Presidenciais na RTP. O pacote laboral e a greve geral abriram o debate. A bloquista considera que o Governo está "num beco sem saída" e Marques Mendes apela ao diálogo, considerando possível um entendimento.
Catarina Martins considera que o Governo “colocou-se numa situação impossível” e ficou “num beco sem saída, nas mãos do Chega”.
A ex-coordenadora do Bloco de Esquerda considera “normal que não haja nenhuma possibilidade de entendimento com o que o governo está a propor”, considerando que o Executivo de Montenegro “insultou os sindicatos” e questionou o seu adversário da noite sobre o que mudaria na legislação laboral.
Em resposta, Marques Mendes disse que a situação está bloqueada mas considera possível que haja um entendimento. Para isso, o candidato apoiado pelo PSD apela ao diálogo e ao equilíbrio.
“Temos que nos colocar do lado da solução e não do problema”, disse, considerando que este acordo “devia ser mais amplo do que apenas o pacote laboral”, sugerindo um acordo com salários, política de rendimentos, formação profissional e, eventualmente, política fiscal.
A ex-coordenadora do Bloco de Esquerda considera “normal que não haja nenhuma possibilidade de entendimento com o que o governo está a propor”, considerando que o Executivo de Montenegro “insultou os sindicatos” e questionou o seu adversário da noite sobre o que mudaria na legislação laboral.
Em resposta, Marques Mendes disse que a situação está bloqueada mas considera possível que haja um entendimento. Para isso, o candidato apoiado pelo PSD apela ao diálogo e ao equilíbrio.
“Temos que nos colocar do lado da solução e não do problema”, disse, considerando que este acordo “devia ser mais amplo do que apenas o pacote laboral”, sugerindo um acordo com salários, política de rendimentos, formação profissional e, eventualmente, política fiscal.
Marques Mendes vê “probabilidade baixa de a Catarina ser eleita”
Catarina Martins considera que a proposta do Governo é uma “questão de regime” e que o presidente da República deve ter uma posição.
Em resposta, Marques Mendes diz não ser o Governo, mas assume a expectativa de ser presidente.
“Há uma diferença entre nós. Ninguém sabe quem ganha numa eleição. Mas há uma probabilidade baixa de a Catarina ser eleita presidente e uma probabilidade elevada de eu ser eleito presidente. E um presidente não deve meter-se na negociação, deve fomentar a negociação”, disse.
Catarina Martins respondeu a Mendes que “está nestas eleições muito a sério” e que “sondagens são sondagens”, lembrando que já houve surpresas.
Catarina Martins considera que a proposta do Governo é uma “questão de regime” e que o presidente da República deve ter uma posição.
Em resposta, Marques Mendes diz não ser o Governo, mas assume a expectativa de ser presidente.
“Há uma diferença entre nós. Ninguém sabe quem ganha numa eleição. Mas há uma probabilidade baixa de a Catarina ser eleita presidente e uma probabilidade elevada de eu ser eleito presidente. E um presidente não deve meter-se na negociação, deve fomentar a negociação”, disse.
Catarina Martins respondeu a Mendes que “está nestas eleições muito a sério” e que “sondagens são sondagens”, lembrando que já houve surpresas.
“Acho muito importante, num governo inclinado à direita, haver uma presidente da República que põe isso no centro do debate”, disse Catarina Martins, acusando Marques Mendes de ser “pouco claro” relativamente ao que o Governo quer impor.
Marques Mendes diz que Catarina Martins tem uma "pedra no sapato"
Questionado sobre a sua independência face ao Governo, se eleito presidente da República, principalmente em questões como a lei laboral, Luís Marques Mendes respondeu que quer ser chefe de Estado para usar a própria experiência “em função do país” e para “fazer entendimentos”.
“Sejamos claros: deixemo-nos de falsos moralismos e de superioridades morais”, afirmou, dirigindo-se à adversária. “A Catarina Martins não tem melhor coração do que qualquer um de nós. Quer evidentemente o melhor para o país, como todos nós queremos”.
A questão é, acrescentou o antigo líder social-democrata, quais são “os caminhos para lá chegar”. Os dois grandes objetivos da sua candidatura, garantiu Marques Mendes, são a “estabilidade e a ambição” e “estão os dois ligados”.
“Estabilidade porque o país precisa de tempo para apresentar resultados, dar respostas às pessoas”, explanou, sublinhando a divergência que tem com a candidata apoiada pelo BE: “A Catarina Martins, em 2022, provocou uma crise política lançando o país na instabilidade, não aprovando um orçamento do Governo de então”.
Segundo Marques Mendes, naquela altura o presidente da República não tinha alternativa que não fosse dissolver o Parlamento. Já para o Bloco de Esquerda, apontou, havia “a possibilidade de não chumbar aquele orçamento”.
“Por isso é que, alguém que é candidata presidencial (…) tem aqui uma pedra no sapato que é inultrapassável. Ou seja, pode falar de estabilidade, mas no momento próprio provocou a crise e a instabilidade”.
Quanto à ambição, o candidato frisou que é o que quer para Portugal: “Não sou o único a querer”.
“É aquilo que eu, enquanto presidente da República farei, tendo um espaço de moderação mas também um espaço de intervenção”, afirmou, explicando que se refere a “ambição económica (…), ambição social e ambição tecnológica”.
Marques Mendes diz que Catarina Martins tem uma "pedra no sapato"
Questionado sobre a sua independência face ao Governo, se eleito presidente da República, principalmente em questões como a lei laboral, Luís Marques Mendes respondeu que quer ser chefe de Estado para usar a própria experiência “em função do país” e para “fazer entendimentos”.
“Sejamos claros: deixemo-nos de falsos moralismos e de superioridades morais”, afirmou, dirigindo-se à adversária. “A Catarina Martins não tem melhor coração do que qualquer um de nós. Quer evidentemente o melhor para o país, como todos nós queremos”.
A questão é, acrescentou o antigo líder social-democrata, quais são “os caminhos para lá chegar”. Os dois grandes objetivos da sua candidatura, garantiu Marques Mendes, são a “estabilidade e a ambição” e “estão os dois ligados”.
“Estabilidade porque o país precisa de tempo para apresentar resultados, dar respostas às pessoas”, explanou, sublinhando a divergência que tem com a candidata apoiada pelo BE: “A Catarina Martins, em 2022, provocou uma crise política lançando o país na instabilidade, não aprovando um orçamento do Governo de então”.
Segundo Marques Mendes, naquela altura o presidente da República não tinha alternativa que não fosse dissolver o Parlamento. Já para o Bloco de Esquerda, apontou, havia “a possibilidade de não chumbar aquele orçamento”.
“Por isso é que, alguém que é candidata presidencial (…) tem aqui uma pedra no sapato que é inultrapassável. Ou seja, pode falar de estabilidade, mas no momento próprio provocou a crise e a instabilidade”.
Quanto à ambição, o candidato frisou que é o que quer para Portugal: “Não sou o único a querer”.
“É aquilo que eu, enquanto presidente da República farei, tendo um espaço de moderação mas também um espaço de intervenção”, afirmou, explicando que se refere a “ambição económica (…), ambição social e ambição tecnológica”.
Na segunda-feira desta semana, a revista The Economist distinguiu Portugal como a “economia do ano” e Marques Mendes não tem dúvidas de que “é uma grande notícia” para o país.
“Não é para o Governo A ou B, é para o país, para os portugueses, é uma grande notícia. Prestigia Portugal lá fora, ajuda a elevar a autoestima nacional. Isso é importante”, declarou, lembrando que “não podemos ficar por aqui”.
“Não é para o Governo A ou B, é para o país, para os portugueses, é uma grande notícia. Prestigia Portugal lá fora, ajuda a elevar a autoestima nacional. Isso é importante”, declarou, lembrando que “não podemos ficar por aqui”.
Para Catarina Martins, a estabilidade política “vale bastante no cumprimento da Constituição”. E, em resposta às acuações do adversário, recordou que Marques Mendes reconheceu, em 2018, que ela cumpriu tudo o que acordou e que o Governo de 2015 e 2019 “foi um Governo absolutamente estável”.
“Eu cumpro o que está acordado”, repetiu a antiga coordenadora do BE. “Mas registo também que Marques Mendes veio dizer – e eu isso acho irresponsável – que faria o mesmo que Marcelo Rebelo de Sousa fez”.
Deixando críticas ao ainda chefe de Estado, Catarina Martins considerou que o problema é que os “orçamentos do Estado não são moções de censura” no sistema parlamentar.
“Os orçamentos do Estado são decisões que é importante manter e [para] o Parlamento discutir a vida real. E se um presidente da República deixa que os orçamentos sejam usados pelos governos como uma espécie de moção de censura, conforme lhes dá jeito no calendário eleitoral, nós passamos a vida enredados em tacticismos eleitorais e nunca o Parlamento é obrigado a debater realmente a vida das pessoas e as soluções”, esclareceu a candidata.
“Eu cumpro o que está acordado”, repetiu a antiga coordenadora do BE. “Mas registo também que Marques Mendes veio dizer – e eu isso acho irresponsável – que faria o mesmo que Marcelo Rebelo de Sousa fez”.
Deixando críticas ao ainda chefe de Estado, Catarina Martins considerou que o problema é que os “orçamentos do Estado não são moções de censura” no sistema parlamentar.
“Os orçamentos do Estado são decisões que é importante manter e [para] o Parlamento discutir a vida real. E se um presidente da República deixa que os orçamentos sejam usados pelos governos como uma espécie de moção de censura, conforme lhes dá jeito no calendário eleitoral, nós passamos a vida enredados em tacticismos eleitorais e nunca o Parlamento é obrigado a debater realmente a vida das pessoas e as soluções”, esclareceu a candidata.
“Acho isso mesmo irresponsável, porque eu tenho uma visão diferente da estabilidade – que é, por exemplo, saber debater a vida das pessoas”.
Pela mesma razão, Catarina Martins considera também ser irresponsável “achar-se que não é preciso dizer ao Governo que um pacote laboral que baixa salários é um erro num país de baixos salários”. Na ótica da ex-líder bloquista, “simplesmente dizer que queremos ambição, mas sem colocar nenhuma proposta, nenhum debate concreto em cima da mesa, parece-me irresponsável”.
Pela mesma razão, Catarina Martins considera também ser irresponsável “achar-se que não é preciso dizer ao Governo que um pacote laboral que baixa salários é um erro num país de baixos salários”. Na ótica da ex-líder bloquista, “simplesmente dizer que queremos ambição, mas sem colocar nenhuma proposta, nenhum debate concreto em cima da mesa, parece-me irresponsável”.
Catarina garante que "cumprirá a Constituição" se Chega vencer as eleições
Questionada sobre a possibilidade de o Chega vencer as eleições, Catarina Martins diz que “cumprirá a Constituição”, mas garante que não dará posse a ministros que considere que “não terão condições para desempenhar o cargo, como Jorge Sampaio fez”.
A candidata recusa-se a “fazer um debate em torno das Presidenciais que seja sobre um Governo do Chega, que não existe nem vai existir”.
O candidato apoiado pelo PSD diz que “devia ser óbvio” que um Governo deve cumprir a Constituição, mas que vê “a cada passo medidas grosseiramente inconstitucionais” do Chega. “Evidentemente não devia ser necessário, mas se alguém tem ideias inconstitucionais, o presidente da República tem por obrigação cumprir e fazer cumprir a Constituição”, explicou.
Sobre a saúde, Marques Mendes volta a recordar que a bloquista “criou uma crise em 2022” e que a crise na saúde é um exemplo “claro e concreto de que é preciso estabilidade para resolver” os problemas.
Marques Mendes acusa ainda Catarina Martins de ter sido “suporte político de um Governo que acabou com uma experiência que corria bem em Portugal”, referindo-se às parcerias público-privadas (PPP).
Questionada sobre a possibilidade de o Chega vencer as eleições, Catarina Martins diz que “cumprirá a Constituição”, mas garante que não dará posse a ministros que considere que “não terão condições para desempenhar o cargo, como Jorge Sampaio fez”.
A candidata recusa-se a “fazer um debate em torno das Presidenciais que seja sobre um Governo do Chega, que não existe nem vai existir”.
O candidato apoiado pelo PSD diz que “devia ser óbvio” que um Governo deve cumprir a Constituição, mas que vê “a cada passo medidas grosseiramente inconstitucionais” do Chega. “Evidentemente não devia ser necessário, mas se alguém tem ideias inconstitucionais, o presidente da República tem por obrigação cumprir e fazer cumprir a Constituição”, explicou.
Sobre a saúde, Marques Mendes volta a recordar que a bloquista “criou uma crise em 2022” e que a crise na saúde é um exemplo “claro e concreto de que é preciso estabilidade para resolver” os problemas.
Marques Mendes acusa ainda Catarina Martins de ter sido “suporte político de um Governo que acabou com uma experiência que corria bem em Portugal”, referindo-se às parcerias público-privadas (PPP).
Em resposta, Catarina Martins diz que “propôs a autonomia dos hospitais”, uma “oportunidade que foi dada aos privados e nunca ao público”. A candidata lembrou ainda que “as PPP são geridas por homens, como o dono da PPP de Cascais, que agora em Espanha pediu para os doentes menos rentáveis serem afastados”.
“É por isso que é perigoso. Não podemos ter hospitais que funcionam bem porque se negam a tratar doentes que sejam menos rentáveis. O SNS tem de tratar toda a gente”, argumentou.
“É por isso que é perigoso. Não podemos ter hospitais que funcionam bem porque se negam a tratar doentes que sejam menos rentáveis. O SNS tem de tratar toda a gente”, argumentou.
Catarina Martins critica “esta tentação de dar aos privados o papel que o Estado tem de assegurar” e, dirigindo-se aos pensionistas, lembra que há um projeto europeu, da comissária Maria Luís Albuquerque, “que quer que uma parte da pensão vá automaticamente para fundos privados que comportam muito mais riscos para as pensões.”
“Quando chegarem a Portugal estas regras europeias, é preciso uma presidente que tenha independência relativamente ao Governo”, disse.
Guerra na Ucrânia e defesa
Sobre Defesa, Catarina Martins diz que “vivemos uma situação internacional complexa” e “por isso seria um erro ver a situação com as lentes do passado”. A candidata diz que “Trump quer impor um plano à Ucrânia, que é o de Putin” e que é por isso que “na Europa precisamos de ter posição sobre a própria Defesa Europeia.”
Defende que “os ativos russos sejam utilizados para a reconstrução da Ucrânia”, considerando “possível estudar os mecanismos jurídicos certos para que a reparação também seja feita com ativos russos”.
Marques Mendes diz concordar e subscrever o que Catarina Martins referiu e acrescentou que, apesar da situação difícil, é preciso continuar a ter uma relação de diálogo “o mais franco e aberto possível” com os Estados Unidos.
O candidato apoiado pelos social-democratas diz julgar que se pode estar “muito, muito” próximo de uma decisão sobre os ativos russos e salienta que “isso vai ser muito importante”.
“Quando chegarem a Portugal estas regras europeias, é preciso uma presidente que tenha independência relativamente ao Governo”, disse.
Guerra na Ucrânia e defesa
Sobre Defesa, Catarina Martins diz que “vivemos uma situação internacional complexa” e “por isso seria um erro ver a situação com as lentes do passado”. A candidata diz que “Trump quer impor um plano à Ucrânia, que é o de Putin” e que é por isso que “na Europa precisamos de ter posição sobre a própria Defesa Europeia.”
Defende que “os ativos russos sejam utilizados para a reconstrução da Ucrânia”, considerando “possível estudar os mecanismos jurídicos certos para que a reparação também seja feita com ativos russos”.
Marques Mendes diz concordar e subscrever o que Catarina Martins referiu e acrescentou que, apesar da situação difícil, é preciso continuar a ter uma relação de diálogo “o mais franco e aberto possível” com os Estados Unidos.
O candidato apoiado pelos social-democratas diz julgar que se pode estar “muito, muito” próximo de uma decisão sobre os ativos russos e salienta que “isso vai ser muito importante”.