PSD acredita que vitória autárquica tem "impacto" nas negociações do Orçamento do Estado

São batalhas políticas que se travam em palcos e em planos diferentes, mas o PSD acredita que a vitória nas eleições autárquicas reforça a governação de Luís Montenegro e que pode ter reflexo nas negociações do Orçamento do Estado. Em declarações na Antena 1, no programa Entre Políticos, Inês Palma Ramalho, vice-presidente do PSD, defendeu que os resultados eleitorais não podem ser ignorados.

João Alexandre - Antena 1 /

Fotografia de Gonçalo Costa Martins

"Eu acho que não podemos fazer de conta que a eleição não aconteceu para efeitos de negociações e, portanto, claro que isso tem impacto para o Orçamento do Estado", disse a dirigente social-democrata, que considera que os resultados demonstram um voto de confiança na AD e, sobretudo, em Luís Montenegro: "Primeiro, quem escolhe os candidatos é o líder do partido a direção do partido, com propostas das distritais e, portanto, isso significa que aquelas pessoas foram apresentar-se a votos porque essa foi a escolha de Luís Montenegro".

No mesmo sentido, Inês Palma Ramalho afirma que os resultados autárquicos demonstram uma estratégia "correta" do presidente do PSD, apesar de nem todos os objetivos terem sido alcançados. "Claro que podíamos sempre ter mais câmaras. Claro que podíamos não ter tido alguns desaires, nomeadamente Faro que ficou para o PS, mas, a verdade é que, no final do dia, os objetivos foram alcançados e a estratégia foi definida por Luís Montenegro e, portanto, está reforçadíssimo", disse a vice-presidente do PSD.

E, numa altura em que os partidos se preparam para intensificar as discussões sobre o Orçamento do Estado - e com a proposta a ser votada e debatida na generalidade nos dias 27 e 28 de outubro -, Inês Palma Ramalho aponta a um reforço do poder negocial do PSD.

"[A vitória nas eleições autárquicas] Acaba por ter um impacto no resto da vida governativa. No final do dia, vamos tirar daqui as ilações que quisermos tirar para os reforços de que precisamos ou não. Quer dizer, o Chega diz que teve um bom resultado. Eu, por exemplo, acho que o Chega teve um péssimo resultado, mas fico bastante contente com isso, porque o meu objetivo também é que o Chega não tenha um bom resultado", argumentou a dirigente social-democrata, que insiste: "O centro-direita acaba por conseguir ter um papel que sai nitidamente reforçado, portanto, acho que há sempre um efeito de contaminação, neste caso, positiva, o que também é útil para esse efeito".
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