Aguiar-Branco: "Abril abriu a porta da liberdade e Novembro garantiu que essa liberdade tinha chão firme para caminhar"

RTP /

“É estranho ouvir dizer que esta data é fraturante e que se trata de uma apropriação. É estranho ouvir discursos que falam de Abril em Novembro e de Novembro em Abril”, começa por afirmar o presidente da Assembleia da República no momento em que discursa perante o Parlamento.

“A democracia liberal continuará a ser o único espaço para quem propõe sessões solenes, para quem se opõe a sessões solenes e até para quem se recusa a estar presente”, disse, acrescentando que “é por causa do 25 de Novembro que as críticas existem sem serem caladas e é por causa do 25 de Novembro que as cadeiras vazias podem amanhã, novamente, serem ocupadas”.
Aguiar-Branco disse dispensar “o exercício de comparação de datas”. “Sou de Abril, sou de Novembro, sou hoje e sempre da democracia representativa”, asseverou, afirmando que “Abril abriu a porta da liberdade e Novembro garantiu que essa liberdade tinha chão firme para caminhar”.

Aguiar-Branco dirigiu-se, de seguida, às gerações mais novas, afirmando que acredita que o futuro trará um “novo ciclo”. “O futuro não é um pesadelo, representa sobretudo uma oportunidade, vai pôr contadores a zero”, declarou.

“As novas gerações não estão condenadas a viver num mundo que alguém construiu. Terão espaço e meios para fazer o próprio caminho", afirmou, deixando um apelo: "Sejam melhores do que nós. Não se deixem aprisionar em trincheiras ideológicas ou semânticas”.

“Não se percam no interesse pessoal, no egoísmo, porque não há verdadeira felicidade que não seja vivida em comum. Amem o vosso país, participem (...). Elevem-se para ver o todo, sejam capazes de reconhecer qualidades nos adversários, sejam melhores do que nós. Não aceitem comprar o ressentimento dos outros, a frustração dos outros”, insistiu. 

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