Ataques israelitas tornam inoperacionais aeroportos na Síria

Bombardeamentos israelitas visaram dois aeroportos de Damasco e da cidade de Alepo, no norte, tornando-os inoperacionais, anunciaram fontes militares sírias.

RTP /

Foram os primeiros ataques de Israel a solo sírio desde os ataques do Hamas. A Força Aérea israelita realiza regularmente bombardeamentos na Síria sobre o que designa como caravanas iranianas de abastecimento dos grupos palestinianos e libaneses anti-israelitas.

A fonte militar síria afirmou que os ataques se deram "em simultâneo", tendo sido realizados "pelo inimigo, Israel". Os bombardeamentos "atingiram as pistas dos dois aeroportos, tornando-os inoperacionais".

Israel não comentou os ataques, que poderão ser preventivos para o caso da Síria, cujo Governo é aliado do Irão, decidir intervir num eventual alastrar do conflito desencadeado pelo Hamas e lançar ataques aéreos contra alvos israelitas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria condenou os bombardeamentos, acusando em comunicado Israel de "tentativa de exportar a crise".

O ministro sírio dos Transportes confirmou que os voos estão a ser desviados para o aeroporto de Lataquia, no oeste do país. 

A Organização das Nações Unidas alertou que o serviço aéreo de ajuda humanitária à Síria será "temporariamente suspenso" em consequência da inoperacionalidade dos aeroportos atingidos.

A diplomacia da Rússia, aliada do Irão na defesa do executivo sírio à contestação islamita sunita armada, insurgiu-se contra os ataques israelitas, que considerou "uma violação flagrante de soberania" do país "e das normas de direito internacional".

Os ataques coincidiram com o início de uma visita ao Iraque do ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, horas depois de uma chamada telefónica do presidente iraniano Ebrahim Raïssi aos seu homólogo sírio, Bashar al-Assad.

Raïssi pediu "aos países muçulmanos e árabes" para "se coordenarem" de forma a "por fim aos crimes" de Israel. Amir-Abdollahian, que acusou hoje Israel de "querer realizar um genocídio" na Faixa de Gaza, deverá visitar ainda a Síria e o Líbano.

O Irão é o maior aliado do Hamas, organização islamita palestiniana que jurou matar todos os judeus e destruir o Estado de Israel.

Aproximações recentes israelo-árabes, diplomáticas e económicas, e o retomar das relações entre a Arábia Saudita e o Irão poderão estar em perigo após o ataque do Hamas, sábado passado.
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