Irão "nunca" deverá ter armas nucleares, diz Merz

RTP /

O chanceler alemão, Friedrich Merz, sublinhou este domingo que o Irão "nunca deve ter armas nucleares" durante uma reunião com o sultão de Omã, disse o porta-voz do Governo em Berlim.

Ao mesmo tempo, Merz enfatizou o seu compromisso, partilhado com o sultão Haitham bin Tarik al-Said, de "impedir uma extensão do conflito" através de esforços diplomáticos, acrescentou o porta-voz Stefan Kornelius em comunicado.

A posição do chanceler alemão surge na mesma linha da transmitida pela diplomacia da União Europeia.

"A UE sempre foi clara: o Irão nunca deve ser autorizado a adquirir uma arma nuclear", disse a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, numa mensagem nas redes sociais, após ter conversado com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi.

Para a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, "o risco de uma nova escalada na região é perigosamente alto".

"A diplomacia deve prevalecer", instou Kaja Kallas, acrescentando: "Somente a diplomacia pode levar a uma solução duradoura. A UE está pronta para apoiá-la".

Hoje, a França, o Reino Unido e a Alemanha propuseram retomar as negociações nucleares com o Irão, no terceiro dia de conflito armado com Israel.

"A Alemanha, juntamente com a França e o Reino Unido, está pronta. Oferecemos negociações imediatas sobre o programa nuclear. Espero que a oferta seja aceite", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, horas depois de o Presidente da França, Emmanuel Macron, ter falado com o seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, para se pronunciar nos mesmos termos.

Os três países europeus faziam parte da antiga delegação 5+1 (os cinco países membros do Conselho de Segurança mais a Alemanha) que assinou em 2015 o histórico acordo nuclear com o Irão, no qual o Irão se comprometia a esclarecer as dúvidas sobre a natureza pacífica do programa nuclear em troca da sua reintegração nos mercados internacionais.

O acordo foi invalidado para todos os efeitos após a retirada unilateral ordenada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, três anos depois, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca.

Embora os países europeus tenham manifestado a sua intenção de prosseguir com as negociações, o Irão denunciou que, na realidade, eles se tinham submetido completamente à decisão norte-americana.
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