Paulo Rangel: “A herança do anterior Governo é pesada”

por RTP

Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, fala em representação do Governo. Começa por criticar a "discussão bizantina" de quinta-feira no Parlamento e assinala que o programa de Governo não é o resultado de uma negociação, mas antes "uma base de negociação".

Considera que a inclusão de medidas de outros partidos é um "sinal de abertura" e que o programa apresentado pelo executivo é "inclusivo".

Como representante da diplomacia portuguesa, o MNE refere com preocupação a situação internacional, considerando-a "a mais incerta e difícil desde a II Guerra Mundial", referindo as guerras na Ucrânia e em Gaza e o terrorismo no Sahel.

Perante a "nova desordem mundial", o país "precisa de estabilidade e responsabilidade", vaticina. E olhando para os últimos oito anos de governação do PS, Paulo Rangel fala de uma herança "pesada", apesar do "alarido" com o excedente orçamental.

Paulo Rangel refere-se à "degradação dos serviços públicos", desde logo nos campos da saúde, habitação, pensões e migrações, entre outros. Um Estado social "em estado de liquidação", resume.

"Estes oito anos representaram um recuo sem paralelo no Estado social", resume o MNE, desmentido a "ideia do oásis cor de rosa". Critica, entre outros pontos, o "descontrolo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa", o estado da ADSE ou a "falta de condições" do edifício da Caixa Geral de Depósitos para sediar o novo governo e ainda o prejuízo no Banco de Portugal.

Assinala também o caso dos exames do 9º ano em formato digital. Justifica a "decisão responsável" de manter as provas em papel. Paulo Rangel diz que, nos Governos dos últimos oito anos, a "grande transformação digital, ironicamente, não saiu do papel".

Por fim, o MNE assume o desígnio do novo executivo em "virar a página do empobrecimento", nomeadamente com a redução de impostos. Critica a elevada carga fiscal que se justificava com serviços públicos "em declínio",

Rangel assume-se ainda contra o estado "assistencialista" que "nivela por baixo" e menciona a bandeira de combate à corrupção e de fazer com que a justiça seja "acessível a todos, célere e moderna".

Quanto à imigração, o MNE português considera que o país será sempre "de acolhimento regulado e humanista" e que dê "dignidade" a quem escolhe Portugal para trabalhar.
pub