Pedro Nuno Santos lamenta a arrogância de Luís Montenegro

por RTP

O secretário-geral do PS começa o discurso com um ataque ao primeiro-ministro. "Lidera um partido, que chumbou nove orçamentos. Como chumbou o orçamento de 2021. Na campanha interna do PSD mostrava incompreensão pelo facto do antigo presidente não dizer que volta logo contra o orçamento", afirmou Pedro Nuno Santos.

O secretário-geral socialista acusa Luís Montenegro de prometer uma mudança “das políticas socialistas, para varrer os socialistas. O país virou à direita e agora quer que o Partido Socialista suporte um governo que quer mudar as políticas socialistas”.

“Ninguém compreende. Nós não compreendemos. Temos um compromisso com o nosso programa, com o nosso ideário, com o nosso eleitorado”.

Para Pedro Nuno Santos, “o programa de governo, é, como não podia deixar de ser a tradução do que é na sua globalidade o programa eleitoral. Acrescentou 60 medidas de diferentes partidos, ao que chamou de diálogo. Aliás foi assim que o ministro da Presidência apresentou, no espírito do diálogo, incluímos 60 medidas de diferentes partidos”.

“É importante que os portugueses saibam que não houve diálogo nenhum. Diálogo implica, diálogo”.
  “Há uma coisa que não percebeu. Não são medidas avulsos que nos distanciam. O que nos distancia é uma visão diferente para o país. É uma estratégia para o país. Nós olhamos de forma diferente para o Estado Social, para a economia, para a forma como os portugueses se relacionam com o Estado”.

Para o secretário-geral do PS, “não é a aprovação de medidas avulsas que garante que esse distanciamento desaparece”.

Pedro Nuno Santos acusa Montenegro de achar que a “solução mágica para o crescimento em Portugal é a descida do IRC, só que a redução do IRC é ineficaz, é errada e custa muito dinheiro ao Estado”.

O secretário-geral socialista questionou ainda o primeiro-ministro sobre a subida dos salários, nomeadamente da classe média e sobre o programa económico do Governo.  

Para o líder do PS, apesar de o Governo PSD/CDS-PP ter falado de diálogo na inclusão de 60 medidas de outros partidos no Programa do Governo "é importante que os portugueses saibam que não houve diálogo nenhum" e que isto é "apenas um padrão" que já se tinha verificado na eleição do Presidente da Assembleia da República.

"Não é assim que se constrói maioria nenhuma, não é assim que se garante estabilidade ou durabilidade para um Governo", alertou.
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