PS volta a desafiar PSD a apresentar moção de confiança e reafirma que se vai abster das moções de rejeição

por RTP

Pedro Nuno Santos começa o discurso a recordar que das eleições de 10 de março "saiu uma candidatura vencedora" apesar da escassa diferença de votos.

O secretário-geral socialista relembra ainda “ao permitir a investidura parlamentar do executivo, o PS evita um impasse constitucional e garante que o governo tem reunidas as condições para começar a governar”.

“Repito, a não viabilização das moções de rejeição significa permitir o início da ação governativa”, acrescentou para garantir que o PS “não será oposição de suporte”.

Pedro Nuno Santos frisou que o PS já resolveu uma crise “quando foi a eleição do presidente da Assembleia da República” e já se disponibilizou “para aprovar um orçamento retificativo, se for necessário”.

“Ser governo não significa apenas ter mais poder, significa também ter mais responsabilidade. Desde logo a responsabilidade de conseguir construir uma maioria que lhe permita governar com estabilidade”.

Pedro Nuno Santos sublinha que “o PS não tem duas faces, uma antes e outra depois da campanha eleitoral” e “não se deixará anular”.

O secretário-geral do PS deixa críticas ao programa do governo que considera “ilusório no programa macroeconómico e ineficaz nas soluções propostas para os problemas e injusto na distribuição dos recursos”.

Pedro Nuno Santos garantiu ainda que o PS “não vai ser uma oposição de bloqueio” mas também não vai ser “a muleta do governo” e será “fiel ao programa eleitoral socialista”.

O líder socialista deixou também várias críticas ao programa do governo na área da habitação, fiscal, e dos serviços públicos.

“Melhores salários não são apenas bons para os trabalhadores, são bons para o país, não só porque colocam mais dinheiro no bolso dos trabalhadores, mas também porque obrigam as empresas a inovar. É por isso que o salário mínimo deve continuar a subir”.

Para Pedro Nuno Santos, “a alternativa entre o PS e a AD não se esgotou a 10 de março”.

“Avançaremos de imediato com cinco iniciativas parlamentares que constam do nosso programa”. Reduzir o IVA da eletricidade para três milhões de portugueses; Excluir os rendimentos dos filhos como condição para o acesso ao CPI; Eliminar as portagens de algumas ex-scut; Aumentar a despesa dedutível com arrendamentos até os 850 euros; alargar o apoio ao alojamento estudantil pago aos estudantes bolseiros deslocados cujo rendimento familiar vá até ao 6.º escalão de IRS.

"Ficamos à espera para ver como vão votar estas iniciativas". 
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