Reféns libertados recordam cativeiro às mãos do Hamas

por RTP

Reféns israelitas libertados pelo Hamas começaram a relatar o que sofreram durante o cativeiro às mãos do movimento islamita, em condições difíceis que se agravaram ao longo de quase dois meses.

Numa das primeiras entrevistas com uma refém libertada, Ruti Munder, de 78 anos, disse na segunda-feira à televisão israelita Channel 13 que passou todo o tempo com a filha, Keren, e o neto, Ohad Munder-Zichri, que celebrou o seu nono aniversário em cativeiro.

A família foi sequestrada em 07 de outubro da sua casa em Nir Oz, um kibutz no sul de Israel, tendo sido colocada num veículo e levada para Gaza juntamente com o seu marido, Avraham, de 78 anos, que ainda não foi libertado.

Enquanto estava em cativeiro, Munder soube pela rádio de um militante do Hamas que o seu filho tinha sido morto no ataque, segundo uma reportagem do Channel 13. Mesmo assim, manteve a esperança de que seria libertada.

Duas estações de televisão israelitas noticiaram que o líder máximo do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, visitou os reféns num túnel e assegurou-lhes que não seriam feridos.

Inicialmente, os reféns comeram "frango com arroz, todo o tipo de comida enlatada e queijo", revelou, mas cedo começaram a faltar produtos básicos

Confirmando os relatos de familiares de outros prisioneiros libertados, Munder revelou que dormiram em cadeiras de plástico, ela cobria-se com um lençol, mas nem todos os prisioneiros tinham um e alguns rapazes dormiam no chão.

A atmosfera no quarto onde esteve presa era "sufocante" até que conseguiu abrir uma janela.

Munder, libertada na sexta-feira, regressou em boas condições físicas, tal como a maioria dos prisioneiros libertados, que se têm mantido afastados do público desde o seu regresso.
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