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Revelação tardia de outros clientes prova que Montenegro "não tem idoneidade para o cargo que ocupa"
As suspeitas sobre o comportamento ético do primeiro-ministro foi um tema esperado e obrigatório do debate desta noite, sendo introduzido com uma questão sobre a revelação, esta tarde, de que Luís Montenegro remeteu à entidade da transparência uma nova declaração em que acrescentou mais sete clientes Spinumviva quando era sua empresa e que estavam incógnitos até poucas horas antes do debate.
Pedro Nuno Santos havia já exigido saber mais sobre essa lista de clientes de Luís Montenegro e chegou a ser citado como capaz de dispensar a comissão parlamentar de inquérito que vem prometendo se o primeiro-ministro fosse mais transparente sobre a sua atividade na Spinumviva, que só recentemente passou para as mãos dos filhos.
Pedro Nuno Santos havia já exigido saber mais sobre essa lista de clientes de Luís Montenegro e chegou a ser citado como capaz de dispensar a comissão parlamentar de inquérito que vem prometendo se o primeiro-ministro fosse mais transparente sobre a sua atividade na Spinumviva, que só recentemente passou para as mãos dos filhos.
Questionado sobre se esta revelação tardia era o que esperava ouvir do primeiro-ministro, o líder socialista sublinhou que o debate deve ser centrado nos problemas e necessidades dos portugueses e das respostas dos socialistas para essas questões, Pedro Nuno Santos acrescentaria que Luís Montenegro não tem no último ano e meio “qualquer razão de queixa”.
“Demos todas as condições de governabilidade à AD, Luís Montenegro não tem a esse propósito nenhuma razão de queixa, nem de mim próprio nem do PS, mas há uma linha vermelha que não podemos ultrapassar, que é ignorar aquilo que nós ficámos a saber nos últimos dois meses, os casos que envolveram o primeiro-ministro”.
Pedro Nuno Santos apontou o facto de que “Luís Montenegro, como primeiro-ministro, continuou a receber dinheiro de algumas empresas”, sendo que “a Spinumviva é Luís Montenegro” e “um desses clientes tem interesses em decisões do Estado, o grupo Solverde, que Luís Montenegro chegou a representar em interacções com o Governo anterior”.
“Hoje ficámos a conhecer mais clientes, que fornecem o Estado e recebem por isso milhões de euros” e “ficámos a saber que Luís Montenegro fez reestruturação de uma empresa sem currículo para isso e recebeu por isso 238 mil euros em 2022 no ano em que foi eleito presidente do PSD”.
Pedro Nuno acrescentou depois que no DIAP do Porto decorre um inquérito crime sobre o maior investimento público na CM de Espinho e que o escritório de advogados de que fez parte o primeiro-ministro fez um parecer favorável à empresa ABB que requer pagamentos por trabalhos a mais.
“Sabemos que a ABB foi a empresa fornecedora do betão para construir a casa de Luís Montenegro” e o primeiro-ministro, “que poderia ter morto este tema, nunca apresentou nunca a ninguém as faturas dessas obras”.
“A isto tudo”, concluiu Pedro Nuno, “acrescentamos o coelho que Luís Montenegro tirou da cartola horas antes deste debate: é inaceitável, é gozar connosco, é gozar com os portugueses, é gozar com quem trabalha, aquilo que Luís Montenegro fez quando tinha a informação há dois meses e decidiu atirar o país para eleições”.
Por isso, sublinha, “Luís Montenegro não tem idoneidade para o cargo que ocupa e é neste momento o principal fator de instabilidade política em Portugal”.