Tarde de audiências no Palácio de Belém

RTP /

Marcelo Rebelo de Sousa volta a ouvir esta quinta-feira os três partidos mais votados nas últimas legislativas sobre a formação do próximo governo. E deverá também indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro.

Segundo a agenda de Belém, o PS é recebido às 15h00, o Chega às 16h00 e o PSD às 17h00 - por ordem crescente de representação da Assembleia da República.  Ao abrigo do n.º 1 do artigo 187.º da Constituição da República, "o primeiro-ministro é nomeado pelo presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais".

Nas passada segunda-feira, o presidente afirmava: "Vou ouvir primeiro os três partidos. Se eu tiver condições para logo nesse dia fazer sair uma nota de indigitação, faço".

Marcelo manifestava já então a expectaativa de "ter a garantia da estabilidade" e perceber se esta "vai até ao programa do governo, se vai para além do programa do governo, como é".
Ascensão do Chega
O Chega passou a ser a segunda força política do país, assim ditaram os resultados dos circulos da emigração, responsáveis pela definição de quatro mandatos parlamentares.

A AD elegeu um deputado pelo círculo de fora da Europa, assim como o Chega. Na Europa, o partido de André Ventura elegeu também um deputado e a coligação entre PSD e CDS-PP outro. Os socialistas não conseguiram qualquer mandato.

Conhecidos os resultados finais, o líder do Chega reivindicou uma "vitória especialmente simbólica" contra socialistas e social-democratas.

A distribuição de assentos em São Bento

  • AD: 91 deputados;
  • Chega: 60 deputados;
  • PS: 58 deputados;
  • Iniciativa Liberal: nove deputados;
  • Livre: seis deputados;
  • CDU: três deputados;
  • Bloco de Esquerda: um deputado;
  • PAN: um deputado;
  • JPP: um deputado.
José Luís Carneiro posiciona-se
Na "Grande Entrevista" da RTP, o candidato único à sucessão de Pedro Nuno Santos à frente do PS, José Luís Carneiro, afirmou dispensar acordos escritos com a AD. Todavia, ressalvou que a coligação deve tornar claro quem pretende ter como parceiro de diálogo e cooperação.

O candidato a secretário-geral do PS adiantou também estar disponível para viabilizar a próxima proposta de Orçamento do Estado.

Carneiro reconheceu que o resultado dos socialistas nas legislativas foi "pesado e amargo" e deixou crítica às escolhas da direção cessante para encabeçar os círculos da emigração.
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