Vigília inter-confessional em Londres junta centenas de pessoas

por RTP

Centenas de pessoas de vários credos juntaram-se em Londres num vigília pela paz e pelas vítimas, israelitas e palestinianas, da guerra entre Israel e o Hamas.

Diante de Downing Street, rua onde se encontra a residência oficial do primeiro-ministro britânico, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, o rabino David Mason, e o imam Monawar Hussain, apareceram juntos para liderar orações.

Welby apelou à "eliminação do antisemitismo e da islamofobia", que regressaram em força ao Reino Unido nas últimas semanas. "Não aguentaremos o antisemitismo e a islamofobia nas nossas ruas, nas nossas escolas, nas nossas comunidades", afirmou.

"Permanecemos unidos contra todos aqueles que querem semear o ódio e a divisão nas nossas comunidades", lançou por seu lado o imam Monawar Hussain.

A vigília pretendeu "construir pontes" entre as comunidades, explicou a organização.

Magen Inon, professor britânico e israelita, cujos pais foram ambos assassinado no ataque do Hamas a 7 de outubro, apresentou-se à multidão ao lado de um palestiniano da Cisjordânia.

"Claro que estou zangado", afirmou. "Mas aquilo que os terroristas queriam realmente matar é a possibilidade de todos os povos de diferentes credos e origens viverem juntos em paz", acrescentou.

"A única vingança possível pelos os meus pais é colocar de lado o ódio e o medo e acreditar que um futuro melhor é possível", sublinhou ainda Inon. "Isto é praticamente irrealizável em Israel e na Palestina, mas aqui em Londres, deveríamos ser capazes de dar o exemplo", lançou sob uma chuva de aplausos.

Hamze Awawd evocou por seu lado o pai, que há 50 anos, "escolheu lutar" contra israel, "para que os seus filhos e netos pudessem ter uma vida melhor". "Cinquenta anos depois, cada ano é pior do que o anterior", lamentou.

O palestiniano apelou à paz. Mas "a paz necessita de pessoas corajosas, de trabalho. É por isso que poucas pessoas" escolhem esse caminho, afirmou.

Um minuto de silêncio, sob uma chuva forte, foi mantido emmemória das vítimas do conflito "fosse qual fosse a sua origem".
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