Costa aponta Timmermans como nome ideal para liderar Comissão

por Joana Raposo Santos - RTP
O futuro presidente da Comissão deve assegurar um “equilíbrio entre as várias famílias políticas”, defende Costa Sascha Steinbach - EPA

António Costa participou na noite desta terça-feira no jantar de líderes da União em Bruxelas, onde foram debatidas as características que deve possuir o futuro presidente da Comissão Europeia. O primeiro-ministro reforçou a ideia de que “o melhor perfil” para este cargo pertence a Frans Timmermans, mas que a decisão apenas será tomada depois de Donald Tusk realizar contactos com os 28 membros da UE.

O primeiro-ministro português considera que os presidentes da Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu, assim como o alto representante para a Política Externa e Segurança devem assegurar um “equilíbrio entre as várias famílias políticas”, a “diversidade regional” da UE e um “equilíbrio de género”.

Este último ponto foi confirmado esta noite por Donald Tusk. "Não é apenas o meu objetivo ter um equilíbrio de género. Houve uma maioria visível na mesa (do Conselho Europeu) favorável a essa premissa", revelou o atual presidente do Conselho.

De acordo com António Costa, o presidente da Comissão deverá ser proposto com base nos recentes resultados eleitorais, ideia que terá sido hoje reforçada pelo Conselho Europeu, pelo que o nome a propor virá “de entre os diferentes spitzenkandidaten”.

“Não discutimos hoje nomes, houve uma abstenção genérica sobre perfis. Do meu ponto de vista, há um requisito básico (…), que é ser alguém que tenha uma enorme experiência executiva quer a nível nacional, quer, desejavelmente, também a um nível europeu”, afirmou.

Algo que, para António Costa, alguns líderes de outras famílias políticas não valorizaram, o que considerou “surpreendente”, tendo em conta que a grande maioria dos anteriores presidentes da Comissão possuíam no currículo experiência governamental.
"Contactos bilaterais"

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, “irá agora fazer contactos bilaterais com todos os 28 membros, fará reuniões com os diferentes grupos políticos e os negociadores de cada família política, e nesse contexto procurará construir uma solução que nos permita, em junho, aprovar uma proposta de candidato a presidente da Comissão”, explicou Costa.

“A família socialista e social-democrata definiu um objetivo principal, que é a designação de Frans Timmermans para presidente da Comissão”, declarou, considerando que este é quem possui o “melhor perfil”, quer pela experiência governamental na Holanda quer “pela forma como desempenhou as suas funções como vice-presidente da Comissão”.

De acordo com António Costa, “a escolha do presidente do Parlamento Europeu é uma escolha que cabe ao Parlamento Europeu”. Quanto à escolha do presidente do Conselho, “o entendimento que houve é que deve recair sobre uma personalidade que seja ou tenha sido primeiro-ministro ou chefe de Estado”, avançou.

Quanto ao futuro presidente do Banco Central Europeu (BCE), António Costa declarou que este “tem um quadro próprio de seleção” e que o seu perfil técnico não poderá “dispensar a consideração da visão política que o presidente tem sobre a política monetária”.

Neste contexto, o primeiro-ministro aproveitou para elogiar Mario Draghi por ter liderado “uma mudança importante que salvou a zona Euro”.
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