Impacto nos cofres do Estado atinge 67,5 milhões
O Estado português já despendeu 67,5 milhões de euros na aquisição de fármacos e vacinas para o combate à propagação do vírus da Gripe A H1N1 no país. Os custos para os cofres públicos poderão situar-se entre os 330 e os 500 milhões de euros, segundo uma estimativa da empresa de consultadoria Delloite e da Intelligent Life Solutions conhecida em Julho.
Uma projecção elaborada pela Deloitte, com a colaboração da Intelligent Life Solutions, apontava, há cerca de três meses, para um impacto directo de 330 a 500 milhões de euros nos cofres do Estado. A previsão assenta nas quebras expectáveis em sede de IRS, nos descontos para a Segurança Social e nos subsídios de doença.
A estimativa da consultora aponta ainda para um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,3 a 0,45 por cento, levando em linha de conta o absentismo laboral. Em suma, a redução do PIB pode ir de 490 a 740 milhões de euros.
Vacinas chegam a Portugal a 20 de Outubro
O Ministério da Saúde havia previsto receber os primeiros lotes da vacina sintetizada pela GlaxoSmithKline na próxima segunda-feira. A entrega, adiantou uma fonte da farmacêutica citada pela Lusa, foi adiada para 20 de Outubro.
A campanha de vacinação contra a Gripe A vai estar em marcha a partir do dia 26. Numa primeira fase serão administradas 49 mil vacinas aos grupos considerados prioritários. Desde logo os profissionais de saúde que, "pela especialização e especificidade das suas funções", sejam "dificilmente substituíveis", na terminologia da tutela.
Quanto ao grupo das grávidas, as vacinas destinam-se às mulheres que se encontrem no segundo ou no terceiro trimestres de gestação e sofram de doenças graves associadas. O terceiro grupo prioritário abarca os trabalhadores que têm a cargo "actividades essenciais" em sectores como a distribuição de gás, electricidade, saneamento, segurança, comunicações e órgãos de comunicação social.
Empresas identificam "indispensáveis"
Várias entidades empresariais contactadas pela agência Lusa revelaram que já têm em prática os respectivos planos de contingência para a nova variante do vírus da gripe. Parte das empresas já fizeram chegar à Direcção-Geral da Saúde a lista de trabalhadores considerados prioritários no âmbito da campanha de vacinação.
Na TAP, por exemplo, existe um programa de vacinação "integrado no plano de contingência", enquanto a EPAL, responsável pelo abastecimento de água em Lisboa, dá prioridade a funcionários "afectos a áreas operacionais e técnicas".
O Metropolitano de Lisboa dispõe, por sua vez, de "reservas de material de protecção pessoal", designadamente "máscaras e medicamentos para os seus trabalhadores". A empresa garantiu ainda o "aprovisionamento de materiais de limpeza e de desinfecção, bem como o reforço da higiene e a limpeza nos locais de trabalho, zonas de acesso e circulação, balneários, instalações sanitárias e comboios".
Também o Ministério da Justiça indica que já definiu "os grupos assinalados para vacinação". No domínio da segurança, a PSP atribui a prioridade aos agentes com funções de atendimento ao público.