Impacto nos cofres do Estado atinge 67,5 milhões

O Estado português já despendeu 67,5 milhões de euros na aquisição de fármacos e vacinas para o combate à propagação do vírus da Gripe A H1N1 no país. Os custos para os cofres públicos poderão situar-se entre os 330 e os 500 milhões de euros, segundo uma estimativa da empresa de consultadoria Delloite e da Intelligent Life Solutions conhecida em Julho.

RTP /
Nos Estados Unidos, o número de mortes pediátricas associadas à Gripe A aumentou significativamente há um mês Tannen Maury, EPA

Aos 45 milhões de euros gastos pelo Ministério da Saúde na compra de seis milhões de doses da vacina Pandremrix, produzida pela farmacêutica GlaxoSmithKline, juntam-se os 22,5 milhões de euros aplicados desde 2007 na aquisição do fármaco Oseltamivir (Tamiflu) à Roche. As contas são avançadas pela agência Lusa. Excluindo os custos indirectos, cujo apuramento será determinado pela progressão do vírus H1N1, o Estado já desembolsou mais de 67 milhões de euros.

Uma projecção elaborada pela Deloitte, com a colaboração da Intelligent Life Solutions, apontava, há cerca de três meses, para um impacto directo de 330 a 500 milhões de euros nos cofres do Estado. A previsão assenta nas quebras expectáveis em sede de IRS, nos descontos para a Segurança Social e nos subsídios de doença.

A estimativa da consultora aponta ainda para um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,3 a 0,45 por cento, levando em linha de conta o absentismo laboral. Em suma, a redução do PIB pode ir de 490 a 740 milhões de euros.

Vacinas chegam a Portugal a 20 de Outubro

O Ministério da Saúde havia previsto receber os primeiros lotes da vacina sintetizada pela GlaxoSmithKline na próxima segunda-feira. A entrega, adiantou uma fonte da farmacêutica citada pela Lusa, foi adiada para 20 de Outubro.

A campanha de vacinação contra a Gripe A vai estar em marcha a partir do dia 26. Numa primeira fase serão administradas 49 mil vacinas aos grupos considerados prioritários. Desde logo os profissionais de saúde que, "pela especialização e especificidade das suas funções", sejam "dificilmente substituíveis", na terminologia da tutela.

Quanto ao grupo das grávidas, as vacinas destinam-se às mulheres que se encontrem no segundo ou no terceiro trimestres de gestação e sofram de doenças graves associadas. O terceiro grupo prioritário abarca os trabalhadores que têm a cargo "actividades essenciais" em sectores como a distribuição de gás, electricidade, saneamento, segurança, comunicações e órgãos de comunicação social.

Empresas identificam "indispensáveis"

Várias entidades empresariais contactadas pela agência Lusa revelaram que já têm em prática os respectivos planos de contingência para a nova variante do vírus da gripe. Parte das empresas já fizeram chegar à Direcção-Geral da Saúde a lista de trabalhadores considerados prioritários no âmbito da campanha de vacinação.

Na TAP, por exemplo, existe um programa de vacinação "integrado no plano de contingência", enquanto a EPAL, responsável pelo abastecimento de água em Lisboa, dá prioridade a funcionários "afectos a áreas operacionais e técnicas".

O Metropolitano de Lisboa dispõe, por sua vez, de "reservas de material de protecção pessoal", designadamente "máscaras e medicamentos para os seus trabalhadores". A empresa garantiu ainda o "aprovisionamento de materiais de limpeza e de desinfecção, bem como o reforço da higiene e a limpeza nos locais de trabalho, zonas de acesso e circulação, balneários, instalações sanitárias e comboios".

Também o Ministério da Justiça indica que já definiu "os grupos assinalados para vacinação". No domínio da segurança, a PSP atribui a prioridade aos agentes com funções de atendimento ao público.

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