A recomendação do fecho das escolas em momento a escolher pelas autoridades nacionais foi veiculada por fonte comunitária. Desta forma, Bruxelas inclinar-se-á para a proposta francesa em detrimento da britânica, apurou a France-Press.

A Comissão Europeia anuncia, quinta-feira, um conjunto de "ideias" para evitar a propagação da Gripe A, mas a decisão dos procedimentos a adoptar é das autoridades de cada Estado-membro.

"A Comissão Europeia não vai dizer aos Estados-membros para fecharem escolas. Temos um papel apenas de coordenação e de assistência", disse Dennis Abbott, porta-voz da Comissão. As decisões de encerramento dos estabelecimentos de ensino ou atrasar o ano lectivo é "competência dos Estados-membros", sublinhou.

O Reino Unido sugeriu adiar início do ano lectivo para final de Setembro e aponta que o fecho de escolas acarreta várias dificuldades, entre as quais para a actividade económica. As autoridades britânicas pretendem atrasar o ritmo de propagação do vírus. As crianças "são consideradas um dos grupos de maior risco perante a nova pandemia e são sobretudo um dos vectores da sua propagação", dizem.

O cenário do regresso às aulas num contexto de disseminação do H1N1 está a ser antecipado por especialistas dos 26 Estados-membros, no Comité de Segurança Sanitária da União Europeia. Vão ser conhecidas, amanhã, as recomendações deste grupo.

O ministro francês da Educação, Luc Chatel, em entrevista ao "Le Figaro", disse estar "disponível para fechar todas as escolas". "Não foi estabelecido qualquer limite para encerrar uma escola. Adaptar-nos-emos caso a caso", disse o governante. "Preparámos um plano de continuidade pedagógica. Trata-se de programas destinados aos alunos sem aulas", acrescentou.

Luc Chatel afastou ainda a possibilidade de uma vacinação generalizada das crianças.

Além do encerramento pontual das escolas, Bruxelas também vai pronunciar-se sobre campanhas de vacinação e o comportamento nos aeroportos perante passageiros com sintomas da Gripe A.

OMS desaconselha Tamiflu em casos pouco graves

Os especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) reviram a sua posição sobre o uso de medicamentos como o Tamiflu para crianças com menos de 12 anos. Para a OMS, só adultos ou crianças que apresentarem graves complicações em virtude da Gripe A devem ser tratado com anti-virais. Os doentes sem gravidade não devem ser tratados com estes medicamentos.

"A OMS continua a recomendar o uso de anti-virais para tratamento das pessoas gravemente doentes ou em risco de terem outras complicações de saúde (...) Os anti-virais não devem ser administrados a outros indivíduos saudáveis com sintomas suaves de gripe", lê-se num comunicado da entidade.

Esta recomendação vem de encontro ao novo posicionamento de investigadores britânicos. Após analisarem registos de combate à gripe sazonal, desaconselharam o uso do Tamiflu em crianças dizendo que seriam mais graves os efeitos secundários do que os seus benefícios.

A farmacêutica Roche, produtora do Tamiflu, garante que existe informação suficiente de que o medicamento é eficaz e bem tolerado por crianças.