"De imediato". Embaixada dos EUA na Rússia pede a cidadãos que abandonem o país

por Inês Moreira Santos - RTP
Reuters

A embaixada dos Estados Unidos na Rússia emitiu um novo alerta de segurança para os cidadãos norte-americanos, pedindo-lhes que deixem o país "de imediato", apesar dos poucos voos comerciais disponíveis devido à invasão russa da Ucrânia. A instituição diplomática apelou ainda que não viajem para território russo.

Depois de na semana passada o Kremlin ter anunciado “uma mobilização dos seus cidadãos para as Forças Armadas, em apoio à invasão da Ucrânia”, a embaixada dos EUA comunicou aos norte-americanos na Rússia que Moscovo pode “recusar-se a reconhecer a cidadania norte-americana de cidadãos com dupla nacionalidade, negar acesso à assistência consular dos EUA, impedir a saída da Rússia e recrutar” estes cidadãos também para o serviço militar.

Embora as opções de voos comerciais sejam “extremamente limitadas”, neste momento, as “rotas terrestres de carro e autocarro ainda estão abertas”.

“Se desejarem sair da Rússia, deve fazer os preparativos necessários o mais rápido possível”, apela a Embaixada num comunicado, esta quarta-feira.

A embaixada dos EUA admite ter “severas limitações na capacidade de ajudar os cidadãos dos EUA, e as condições, incluindo opções de transporte, podem de repente tornar-se ainda mais limitadas”.

"Os cidadãos norte-americanos não devem viajar para a Rússia e aqueles que residem no país ou em território russo devem partir de imediato", disse ainda a representação diplomática, garantindo que vai fornecer todas as informações relevantes sobre as possibilidades de acesso aos países vizinhos.

A embaixada lembrou ainda os cidadãos “que o direito à reunião pacífica e à liberdade de expressão não são garantidos na Rússia”, apelando que evitem “todos os protestos políticos ou sociais”.

“As autoridades russas prenderam cidadãos norte-americanos que participaram em manifestações”.


Também a Polónia e a Bulgária apelaram, esta quarta-feira, a que os seus cidadãos abandonassem a Rússia o mais rápido possível, uma vez que receiam que se torne cada vez mais difícil abandonar o território russo.

Recorde-se que o anúncio de Moscovo da mobilização de 300 mil reservistas, feito na semana passada, está a desencadear o êxodo de um grande número de homens russos em idade militar que se recusam a lutar na Ucrânia, alvo de uma ofensiva militar russa desde fevereiro passado.
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