Emissário ucraniano aborda guerra e paz com alto diplomata chinês

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Sergiy Kislistsia, reuniu-se hoje em Pequim com o ministro-adjunto chinês Liu Bin, abordando a guerra na Ucrânia e os esforços internacionais para alcançar uma paz "sustentável e duradoura".

Lusa /
Wang Zhao - Reuters

Na rede social X, Kislistsia sublinhou que Liu acabava de regressar de consultas em Moscovo e destacou um "intercâmbio de opiniões em profundidade" sobre a situação atual do conflito e propostas para a sua resolução, incluindo a iniciativa do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Confirmámos que o respeito mútuo pela soberania e integridade territorial constitui a base das relações entre a Ucrânia e a China", escreveu o diplomata ucraniano.

A reunião serviu também para discutir o reforço das relações comerciais e económicas entre os dois países e a cooperação no quadro de organismos internacionais.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China também confirmou o encontro, indicando apenas que ambas as partes "trocaram pontos de vista sobre a crise na Ucrânia", sem mencionar iniciativas de paz específicas.

Num comunicado, a diplomacia chinesa destacou a "amizade e cooperação" com Kiev e os "resultados frutíferos" da colaboração nas áreas do comércio, agricultura, ciência, tecnologia e cultura, reiterando a vontade de "promover o desenvolvimento sustentado e a longo prazo" das relações bilaterais.

Durante a visita à capital chinesa, Kislistsia encontrou-se ainda com os embaixadores de "países parceiros", como os Estados Unidos e a Polónia, e mencionou um "interessante encontro" com especialistas em política internacional e segurança.

Na quinta-feira, após a reunião com o embaixador norte-americano David Perdue, o diplomata ucraniano destacou uma "muito boa conversa" e afirmou que "é sempre positivo sentir o apoio de parceiros como os Estados Unidos".

A visita de Kislistsia ocorre num momento em que Kiev procura reforçar o apoio internacional a uma solução negociada para o conflito iniciado com a invasão russa em fevereiro de 2022, com especial enfoque em garantias de segurança e no respeito pela integridade territorial da Ucrânia.

Desde o início da guerra, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela soberania de todos os países, incluindo a Ucrânia, mas também às "legítimas preocupações de segurança" de todas as partes - referência à Rússia, com quem Pequim tem vindo a estreitar relações.

Países ocidentais acusam a China de apoiar militarmente Moscovo, algo que Pequim nega de forma reiterada, mantendo o seu apoio a uma "solução política" para o que designa como "crise ucraniana".

Kislistsia tem participado nas últimas semanas em iniciativas diplomáticas na Europa e em contactos com enviados norte-americanos, numa altura em que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem insistido na necessidade de alcançar uma paz "digna", com garantias que evitem futuras agressões.

 

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