Economia
Guerra na Ucrânia
EUA. Grande recessão à espreita, alerta Deutsche Bank
Um alerta do alemão Deutsche Bank está a levantar preocupações. Depois de, no início de abril, ter sido o primeiro grande banco a prever uma recessão "ligeira" nos Estados Unidos, agora a instituição avisa que vem aí uma desaceleração económica mais profunda causada pelas tentativas da Reserva Federal de derrubar a elevada inflação. Na origem da crise está a invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro.
“Está a chegar uma grande recessão”, escreveram os economistas do Deutsche Bank, um dos maiores bancos internacionais, num relatório enviado aos clientes na terça-feira.
Segundo o banco, a inflação está prestes a atingir o seu pico e demorará “muito tempo” até que desça para o objetivo de dois por cento estabelecido pela Reserva Federal. Isto poderá significar que o banco central dos EUA vai aumentar as taxas de juro agressivamente, afetando ainda mais a economia norte-americana.
"Consideramos altamente provável que a Reserva Federal tenha que pisar os travões com ainda mais firmeza, e uma recessão profunda será necessária para controlar a inflação", escreveram os economistas no relatório intitulado: "Razões para que a próxima recessão seja pior do que o esperado".
Em março, os preços dos consumidores nos Estados Unidos atingiram um pico de 8,5 por cento, o ritmo mais rápido dos últimos 40 anos. Em contraste, a taxa de desemprego está a cair a pique, com a consultora Moddy’s a prever o nível mais baixo de desemprego desde os anos 1950.
Para melhor exemplificar a situação, o Deutsche Bank criou um índice que mostra a distância entre a inflação e o desemprego nos últimos 60 anos. Segundo os economistas, a Reserva Federal “nunca foi capaz de corrigir” excessos de inflação e de emprego “sem empurrar a economia para uma recessão significativa”.
Dado que, neste momento, o mercado de trabalho norte-americano está em alta e o desemprego ronda apenas os dois por cento, “vai ser necessário algo mais forte do que uma ligeira recessão”, explicam os economistas.
A única boa notícia deste relatório é a de que o banco prevê uma recuperação da economia em meados de 2024, à medida que a Reserva Federal inverte o caminho na luta contra a inflação.
PIB da Rússia em queda abrupta
A recessão prevista pelo Deutsche Bank tem como explicação os contornos da invasão russa da Ucrânia, que está a afetar a economia global e não só a norte-americana. A própria Rússia deverá ser uma das nações mais atingidas, até por ser neste momento alvo de sanções.
Uma previsão conservadora apresentada pelo Ministério russo da Economia esta quarta-feira aponta para uma contração de 12,4 por cento em 2022, no pior cenário. No melhor cenário, serão 8,8 por cento.
A concretizar-se, esta será a maior queda no Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia desde 1994.
Depois deste golpe na economia, o regresso à normalidade previsto por Moscovo será lento. No melhor cenário traçado pelo Ministério, a economia russa deverá crescer 1,3 por cento em 2023, 4,6 por cento em 2024 e 2,8 por cento em 2025.
Em contraste, no pior cenário a economia deverá contrair 1,1 por cento, não chegando a haver saldo positivo no país nos próximos anos.
Todas as previsões do Kremlin são, porém, incertas, devido à imprevisibilidade do futuro do comércio e das sanções internacionais à Rússia. Espera-se, por isso, que Moscovo volte a apresentar várias vezes ao longo do ano novas revisões destas previsões económicas.
Até meados de abril deste ano, a inflação na Rússia tinha já subido para 17,62 por cento. Até ao fim do ano, o banco central desse país estima que alcance os 22,6 por cento, o que representa uma gigantesca diferença em relação à meta de quatro por cento anteriormente estabelecida para 2023.
Segundo o banco, a inflação está prestes a atingir o seu pico e demorará “muito tempo” até que desça para o objetivo de dois por cento estabelecido pela Reserva Federal. Isto poderá significar que o banco central dos EUA vai aumentar as taxas de juro agressivamente, afetando ainda mais a economia norte-americana.
"Consideramos altamente provável que a Reserva Federal tenha que pisar os travões com ainda mais firmeza, e uma recessão profunda será necessária para controlar a inflação", escreveram os economistas no relatório intitulado: "Razões para que a próxima recessão seja pior do que o esperado".
Em março, os preços dos consumidores nos Estados Unidos atingiram um pico de 8,5 por cento, o ritmo mais rápido dos últimos 40 anos. Em contraste, a taxa de desemprego está a cair a pique, com a consultora Moddy’s a prever o nível mais baixo de desemprego desde os anos 1950.
Para melhor exemplificar a situação, o Deutsche Bank criou um índice que mostra a distância entre a inflação e o desemprego nos últimos 60 anos. Segundo os economistas, a Reserva Federal “nunca foi capaz de corrigir” excessos de inflação e de emprego “sem empurrar a economia para uma recessão significativa”.
Dado que, neste momento, o mercado de trabalho norte-americano está em alta e o desemprego ronda apenas os dois por cento, “vai ser necessário algo mais forte do que uma ligeira recessão”, explicam os economistas.
A única boa notícia deste relatório é a de que o banco prevê uma recuperação da economia em meados de 2024, à medida que a Reserva Federal inverte o caminho na luta contra a inflação.
PIB da Rússia em queda abrupta
A recessão prevista pelo Deutsche Bank tem como explicação os contornos da invasão russa da Ucrânia, que está a afetar a economia global e não só a norte-americana. A própria Rússia deverá ser uma das nações mais atingidas, até por ser neste momento alvo de sanções.
Uma previsão conservadora apresentada pelo Ministério russo da Economia esta quarta-feira aponta para uma contração de 12,4 por cento em 2022, no pior cenário. No melhor cenário, serão 8,8 por cento.
A concretizar-se, esta será a maior queda no Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia desde 1994.
Depois deste golpe na economia, o regresso à normalidade previsto por Moscovo será lento. No melhor cenário traçado pelo Ministério, a economia russa deverá crescer 1,3 por cento em 2023, 4,6 por cento em 2024 e 2,8 por cento em 2025.
Em contraste, no pior cenário a economia deverá contrair 1,1 por cento, não chegando a haver saldo positivo no país nos próximos anos.
Todas as previsões do Kremlin são, porém, incertas, devido à imprevisibilidade do futuro do comércio e das sanções internacionais à Rússia. Espera-se, por isso, que Moscovo volte a apresentar várias vezes ao longo do ano novas revisões destas previsões económicas.
Até meados de abril deste ano, a inflação na Rússia tinha já subido para 17,62 por cento. Até ao fim do ano, o banco central desse país estima que alcance os 22,6 por cento, o que representa uma gigantesca diferença em relação à meta de quatro por cento anteriormente estabelecida para 2023.