Fortalecer o exército. Novo plano alemão foi aprovado

A Alemanha procura atrair novos recrutas e contrariar a queda de efetivos que se verifica desde 2011, quando terminou o serviço militar obrigatório. O ministro da Defesa quer o país como modelo de defesa para a Europa.

RTP /
Foto: Leon Kuegeler - Reuters

À semelhança da França, o parlamento alemão aprovou esta sexta-feira, um plano para atrair novos recrutas ao serviço militar, de forma a contrariar a queda do número de alistados desde o fim do serviço militar obrigatório, em 2011.

O plano foi aprovado com 323 votos. Embora Berlim não pretenda, para já, reintroduzir a conscrição, o Governo admite que essa possibilidade poderá regressar ao debate se a situação o justificar.

Nos últimos quatro anos, desde o conflito entre Rússia e Ucrânia, a Alemanha investiu milhões de euros na melhoria do equipamento das suas forças armadas, para modernizar equipamento e colmatar anos de subfinanciamento das suas estruturas de defesa.

Tal como a França, outros países da Europa, nomeadamente Bélgica e Polónia, preparam-se para atrair mais pessoas para o serviço militar.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, sublinhou em plenário que “os nossos aliados estão de olho na Alemanha”, acrescentando que o país se tornou “um modelo de defesa na Europa”.

Desde a suspensão do serviço militar obrigatório na Alemanha, em 2011, foram perdidos cerca de 120 mil militares. O Governo quer aumentar este contingente para 260 mil nos próximos dez anos e constituir uma reserva de aproximadamente 200 mil elementos.

O plano de incentivo ao serviço militar “prevê salários e condições mais atrativas para quem se alistar por um curto período, melhor formação e mais flexibilidade quanto à duração do serviço, a partir de um mínimo de seis meses”, de acordo com a Lusa.

A partir do próximo ano, todos os jovens de 18 anos — homens e mulheres — serão questionados sobre a sua disponibilidade e capacidade para servir o país. Os jovens do sexo masculino terão ainda de realizar exames médicos.

Contudo, a proposta não é consensual. A deputada do Partido da Esquerda, Desiree Becker, criticou o plano apresentado pelo Governo e apelou a uma “greve juvenil” contra qualquer evolução que possa reabrir caminho ao serviço obrigatório.

Os dez países da União Europeia que mantêm o serviço militar obrigatório são Áustria, Chipre, Croácia, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Grécia, Letónia, Lituânia e Suécia - um bloco que pode voltar a crescer se as tensões geopolíticas continuarem a moldar as prioridades de defesa do continente.
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