Investigação CNN. Navio da chamada frota fantasma russa passou no Canal da Mancha

Suecos e dinamarqueses assinalam ter já confirmado a presença de navios da designada frota fantasma russa, navios com os quais terão já mantido contacto.

Rui Alexandre Mendes, Paulo Alexandre Amaral - RTP /
Foto: Stephane Mahe - Reuters

A CNN revelou esta sexta-feira que a "frota fantasma" de petroleiros russos está a ser utilizada pelo Kremlin não apenas para contornar sanções ocidentais na venda de petróleo, mas também como um ativo estratégico de espionagem e sabotagem em águas europeias.

Fontes dos serviços de inteligência ocidentais e ucranianos acreditam que estes navios têm como modus operandi esconder agentes russos entre a tripulação antes de zarpar que desenvolvem depois atividades de espionagem ao longo da costa europeia.

Estes indivíduos terão antecedentes em serviços de segurança ou militares e, em alguns casos, ligações ao Grupo Wagner de Evgueni Prigozin, o falecido “amigo” de Vladimir Putin.

A CNN avança que muitos destes 'técnicos' pertencem à Moran Security, empresa de segurança privada de Alexey Badikov - com laços estreitos com a inteligência russa que foi sancionada pelos Estados Unidos em 2024 -, que privilegia a entrada nos seus quadros de profissionais com ligações prévias aos serviços secretos, de preferência aos serviços secretos russo.
Atividades de vigilância
Segundo a CNN, pilotos navais dinamarqueses e autoridades suecas relataram ter visto homens em uniforme militar a bordo destes navios civis, operando antenas e drones, fotografando infraestruturas críticas na costa europeia e exercícios militares da NATO.

Relatos a que a CNN teve acesso, refere a cadeia de media americana, indicam que estes agentes russos exercem frequentemente mais poder a bordo do que o próprio capitão do navio.

Os serviços de segurança europeus encaram esta frota como componente da guerra híbrida russa, alertando para o risco de sabotagem em cabos submarinos, parques eólicos e infraestruturas de gás.

A frota fantasma, composta por centenas de navios envelhecidos com propriedade anónima, continua a gerar milhares de milhões de euros para a Rússia, servindo agora também como rede flutuante de recolha de informações.
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