Líderes europeus reúnem-se com Zelensky em Kiev

por Inês Moreira Santos - RTP
Ludovic Marin - EPA

Os líderes de França, Alemanha e Reino Unido viajaram juntos de comboio até à Ucrânia e chagaram este sábado de manhã a Kiev. O primeiro-ministro polaco vai juntar-se ao grupo nas próximas horas para debater uma proposta norte-americana e europeia para um cessar-fogo de 30 dias - um acordo que se Moscovo violar levará a novas sanções.

O quarteto europeu vai liderar uma reunião virtual com os outros dirigentes da "coligação dos voluntários", na qual estão presentes sobretudo países europeus, como Portugal, que estão disponíveis para fornecer "garantias de segurança" à Ucrânia.

Numa carta conjunta publicada na sexta-feira, em véspera de se reunirem na capital ucraniana, Emmanuel Macron, Keir Starmer, Donald Tusk, manifestaram, juntamente com o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, o apoio "inabalável" à Ucrânia.

"Continuaremos a aumentar o nosso apoio à Ucrânia. Intensificaremos a nossa pressão sobre a máquina de guerra russa até que a Rússia concorde com um cessar-fogo duradouro", refere a declaração conjunta dos quatro líderes.

De acordo com a declaração, os outros países serão informados sobre "os progressos feitos para uma futura coligação que reúna forças aéreas, terrestres e marítimas para ajudar a regenerar as forças armadas ucranianas após um possível acordo de paz e para construir confiança na paz futura".

Esta visita, descrita como "histórica", acontece quatro dias após a eleição do novo chanceler alemão, que já tinha visitado Paris e Varsóvia na quarta-feira, um dia após a sua tomada de posse e após a demonstração de força do presidente russo, Vladimir Putin, que recebeu cerca de 20 líderes estrangeiros em Moscovo, e ao apelo do presidente norte-americano Donald Trump, para que Moscovo aceite um "cessar-fogo incondicional de 30 dias".

O Reino Unido, a França e os países do norte da Europa anunciaram, entretanto, que apoiam a proposta de Trump, de um cessar-fogo incondicional de 30 dias na Ucrânia.


O presidente francês apelou, já este sábado, a "conversas diretas" entre a Ucrânia e a Rússia no caso de um cessar-fogo na invasão de três anos de Moscovo. Se houver uma trégua de 30 dias, como os países ocidentais têm sugerido, "tentaremos negociações diretas entre a Ucrânia e a Rússia, estamos prontos para ajudar", disse Macron numa entrevista enquanto viajava para Kiev para se encontrar com líderes europeus .

Na véspera, Macron já tinha admitido esperar "nas próximas horas e dias" um plano conjunto dos Estados Unidos e da Europa para um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, envolvendo "sanções económicas em massa" se for violado.

"Os russos devem dizer que sim. Não três dias para entreter a galeria, por assim dizer, para rodear o 09 de maio e fazer um desfile. Não, 30 dias", declarou o chefe de Estado francês ao canal polaco Telewizja Polska, referindo-se à trégua unilateral de 72 horas decretada por Vladimir Putin, e recusada por Kiev, a propósito dos 80 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, assinalado hoje com um desfile em Moscovo.

"A minha esperança (...) é que nas próximas horas e dias, possamos todos unir-nos para nos comprometermos com um cessar-fogo, dizendo que, se uma das partes o violar, haverá sanções económicas em massa", acrescentou Macron.


C/agências
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