Mau "presságio". Rússia cética quanto a solução negociada com europeus

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, considerou esta terça-feira que "a participação dos europeus" nas negociações sobre o Plano de Paz para a Ucrânia "não é um bom presságio" para Moscovo vir a aceitar futuras propostas.

Graça Andrade Ramos - RTP /
Vladimir Putin no encontro com o homólogo Donald Trump no Alasca em agosto de 2025 Mikhail Metz - Reuters

Peskov admitiu contudo que a Rússia não foi ainda informada sobre os resultados das conversações realizadas em Berlim nos últimos dois dias. 

Peskov afirmou que Moscovo deve "primeiro tomar conhecimento" do que foi elaborado durante as recentes negociações entre ucranianos e norte-americanos, antes da organização de um novo encontro dos Estados Unidos com a Rússia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou no domingo e na segunda-feira, em Berlim, em negociações com representantes norte-americanos e europeus sobre o plano do homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, para terminar a guerra russa contra a Ucrânia.

O plano norte-americano para pôr termo à guerra que a Rússia iniciou em fevereiro de 2022, quando invadiu a Ucrânia, foi reformulado após as reuniões com os ucranianos em Berlim.

Os detalhes dessa reformulação não foram revelados publicamente.

Tanto Kiev como os europeus criticaram o documento original apresentado por Washington, considerando-o amplamente favorável às posições do Kremlin.
"Dificilmente algo de bom"
Os europeus avançaram segunda-feira com uma proposta paralela que implica o destacamento de uma força multinacional na Ucrânia, garantias semelhantes de auxílio a Kiev em caso de novo ataque russo e um exército ucraniano de 800.000 efetivos. 

A Rússia considerou anteriormente tais condições como inaceitáveis.

Uma fonte diplomática europeia em Kiev disse esta terça-feira à AFP que o desafio atual para a União Europeia consiste em "desligar os Estados Unidos das posições russas".

Moscovo acolheu bem o plano inicial de Donald Trump e está cética quanto às alterações.

"Não sei o que resultará no papel depois dessas consultas. Mas dificilmente será algo bom", comentou o assessor de política internacional do Kremlin, YuriUshakov, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

O presidente russo, Vladimir Putin, tem mantido uma posição inflexível e aguarda agora o regresso ao Kremlin dos emissários do homólogo norte-americano, Steve Witkoff e Jared Kushner.

com Lusa

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