Negociações de paz. Casa Branca anuncia "progressos enormes" apesar de pontos "delicados"

A Casa Branca afirma que foram feitos "progressos enormes" rumo a um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia mediado pelos EUA, mas acrescenta que pontos delicados exigem mais negociações. Zelensky diz que a Ucrânia está pronta para avançar com o plano de paz após discussões com Trump e aliados.

Rachel Mestre Mesquita - RTP /
Valentyn Ogirenko - Reuters

"Existem alguns pontos delicados, mas não insuperáveis, que devem ser resolvidos e exigirão mais negociações entre a Ucrânia, a Rússia e os Estados Unidos", escreveu a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, no X.


As autoridades norte-americanas confirmaram igualmente esta terça-feira que as conversações que estão a decorrer em Abu Dhabi entre o secretário americano do Exército, Dan Driscoll, e uma delegação russa também estão a progredir. "As conversações estão a correr bem e continuamos otimistas", disse o porta-voz do governante, Jeff Tolbert.

O presidente americano, Donald Trump, garantiu esta tarde na Casa Branca que os Estados Unidos estão "muito perto" de concluir o acordo de paz para a Ucrânia. "Não é fácil", disse, admitindo que pensa "que estamos muito perto de um acordo. Veremos". 
Kiev pronta para discutir com Trump e aliados 

Entretanto, Volodymyr Zelensky afirmou que a Ucrânia está pronta para avançar com o plano de paz e disposta a discutir os seus "pontos sensíveis" com Trump e aliados. 

O líder ucraniano exortou os líderes europeurs a prepararem um quadro para o envio de uma "força de segurança" à Ucrânia e a continuarem a apoiar Kiev enquanto Putin não mostrar vontade de pôr fim à guerra.
Telejornal |  25 de novembro de 2025
Aliados continuarão a pressionar a Rússia

A "Coligação de Vontades" reuniu-se esta terça-feira com a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, do secretário de Estado norte-americano Marco Rubio e do secretário-geral da NATO, Mark Rutte. 

Numa declaração, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a "Coligação de Vontades" continuará a exercer pressão sobre Moscovo, uma vez que "a pressão continua a ser a única linguagem à qual a Rússia responde"

"Precisamos de uma cooperação transatlântica forte. Porque ela dá resultados. Veja-se o impacto significativo das nossas sanções coordenadas e sucessivas contra a economia russa. Estas estão a reduzir os recursos de que a Rússia dispõe para travar a sua guerra de agressão", afirmou Ursula von der Leyen.

"Os interesses da Ucrânia são os nossos interesses. São inseparáveis. É por isso que continuaremos a apoiar firmemente a Ucrânia nas negociações que se avizinham. Um ponto central é a questão do financiamento da Ucrânia, incluindo a utilização dos ativos soberanos russos imobilizados", acrescentou. 

Mais cedo, o primeiro-ministro britânico disse que "a Ucrânia está satisfeita com o projeto que surgiu em Genebra" e que as negociações em curso registaram um avanço importante. 

"A Ucrânia confirma que está satisfeita com o projeto que surgiu em Genebra, que, claro, não aborda a questão do território", sublinhou Keir Starmer esta terça-feira. 
Macron questiona "vontade russa" de cessar-fogo

À margem do encontro, o presidente francês afirmou ver "finalmente uma oportunidade de alcançar progressos reais rumo a uma paz duradoura". 

"Finalmente existe uma oportunidade de alcançar progressos reais rumo a uma paz duradoura", declarou Emmanuel Macron, acrescentando que garantias de segurança "robustas" para a Ucrânia são essenciais para a paz. 

O chefe de Estado francês denunciou a falta de "vontade russa" para negociar a paz e apelou a "continuar a pressionar" a Rússia para que esta negocie: "Não há hoje claramente vontade russa de um cessar-fogo", afirmou Macron. 

c/agências
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